Horowitz and Mrs Washington
"Horowitz and Mrs Washington" é um romance entre duas pessoas muito diferentes cujas vidas se cruzam. Sam Horowitz com a sua dureza aparente, é na verdade um coração mole. Quando vê que mais do que as dificuldades da vida, é a sua liberdade que está prestes a ser posta em causa Horowitz começa a ceder e a mostrar-se um verdadeiro lutador, conseguindo derrubar as maiores barreiras que a doença lhe tinha imposto.
Eu sou a lenda
Robert Neville é o último homem vivo sobre a Terra... mas ele não está sozinho. Cada outro homem, mulher e criança na Terra se tornou num vampiro e todos estão famintos pelo sangue de Neville. De dia, ele é o caçador, caçando os não mortos adormecidos através das ruínas abandonadas da civilização. À noite, ele entrincheira-se na sua casa e reza pela madrugada.
Quanto tempo pode um homem sobreviver num mundo de vampiros?
Ó bruxa do cabelo avermelhado
Nesta história de Fitzgerald, Merlin Grainger é o jovem empregado da livraria Moonlight Quill. Não gosta particularmente do que faz mas falta-lhe a coragem para arriscar voos mais altos. Merlin é apaixonado pela rapariga que vê da janela do seu quarto, Caroline. Um dia Caroline visita-o na livraria e, provocando em Merlin um desassossego que nunca mais o abandona, destrói também a livraria alterando para sempre o seu ser. Passam-se os anos e Merlin entretanto casa-se com outra rapariga. A sua vida é feita de rotinas e vazia de imprevistos até ao dia em que Caroline entra novamente na livraria e ele se apercebe de que a vida passou por ele sem que ele a tivesse realmente vivido.
"Mas era demasiado tarde. Enfurecera a Providência por resistir a demasiadas tentações. Só lhe restava o céu, onde só encontraria aqueles que, como ele, tinham desperdiçado a sua passagem pela terra."
O tarquínio de Cheapside
Esta é uma história pequena de um livro com várias histórias, que se lê a correr. Deixa-nos cansados perceber porque é que Sapatos Ligeiros é perseguido por Botas Fluidas. E depois há Wessel Caxter, um leitor ávido, que vê a sua leitura ser abruptamente interrompida por Sapatos Ligeiros e pelos seus perseguidores. Uma vez a salvo, Sapatos Ligeiros escreve o que se passou para que Wessel o possa ler. Mas nós ficamos sem saber o que foi...
"Sapatos Ligeiros atravessa disparado uma faixa de luar e depois lança-se como uma flecha para um labirinto de ruelas onde se converte numa perturbação intermitente na escuridão que o envolve.Atrás dele lançam-se as Botas Fluídas, com espadas curtas desembainhadas e longas plumas meio caídas, arranjando fôlego suficiente para maldizer Deus e as escuras vielas de Londres."
O estranho caso de Benjamin Button
Uma história de ficção, uma parábola da literatura moderna.
Benjamin Button nasceu com cerca de setenta anos. Nasceu velho, com barba e olhos cansados. Benjamin Button morreu, ao fim de setenta anos de vida, com a aparência e a mente de um bebé. Nos entretantos viveu uma vida extraordinária, mas totalmente ao contrário do que seria esperado.
"Os olhos do senhor Button seguiram o dedo da enfermeira, e isto foi o que viram: envolto numa volumosa manta branca e parcialmente incrustado num dos berços, havia um homem de idade, que aparentava uns setenta anos. (...) O velho olhou para o senhor Button com olhos apagados e murchos, nos quais se escondia uma pergunta perplexa."
Um diamante tão grande como o Ritz
Esta é a estranha história de um diamante tão grande como o Ritz, uma montanha que é na verdade feita de diamante. O dono dessa montanha é um homem estranho e extremamente perigoso. John T. Unger, é convidado por Percy, seu amigo e filho do homem mais rico do mundo, a passar as férias no castelo da família Washington, na montanha de diamante. Deslumbrado com toda a riqueza e poder que encontra, o jovem não se apercebe do que perigo que corre.
"Estava a divertir-se tanto quanto podia. A felicidade da juventude, bem como a sua insuficiência, reside em que não pode viver no presente, tendo sempre de comparar o dia que passa com o futuro radiantemente imaginado: flores e ouro, raparigas e estrelas, não são mais do que premonições e profecias do incomparável e inalcançável sonho juvenil."
Precious - a força de uma mulher
Precious Jones tem apenas dezasseis anos mas já espera o segundo filho. O primeiro nasceu com Sindrome de Dawn. Tem corpo de mulher e coração de menina, é negra, pobre, obesa, analfabeta e sente-se muito só. Violada pelo pai - que é também o pai dos seus dois filhos - e abusada pela mãe, que encontra sempre novas formas de explorar a filha a vários níveis, Precious perde o seu último vínculo com a realidade ao ser expulsa da escola.
Sozinha nas ruas de Harlem, o reino dos sem voz, Precious fica muito próxima do abismo, vencida pela raiva e pelo desespero. Até ao dia em que é admitida numa instituição para crianças desfavorecidas e encontra na sua nova professora o estímulo para não desistir. Pela mão da professora Blue Rain, Precious descobre a magia das letras que formam palavras e frases, e encontra na leitura e na escrita a porta para o mundo que ela julgara estar definitivamente fechada.
A menina de Harlem descobre que tem sentimentos, tem sonhos e, mais importante do que tudo, tem uma voz só sua e vai tentar, afinal, ficar com os seus dois filhos.
007 - Casino Royale
M, o chefe do Serviço Secreto, atribui a James Bond, o agente especial 007, uma missão.
Tinha de jogar contra Le Chiffre, o falido tesoureiro de um sindicato controlado pela SMERSH, num jogo de altas apostas de baccarat no Casino Royale-Les-Eaux, no norte da França. Como parte do disfarce de Bond como um rico jamaicano, M coloca Vesper Lynd como assistente. A Deuxième Bureau francesa e da CIA também enviam agentes como observadores.
O jogo logo se transforma num confronto intenso entre Le Chiffre e Bond; Le Chiffre ganha a primeira rodada, quebrando Bond. Com Bond sem poder apostar contra Le Chiffre, o agente da CIA, Felix Leiter, o ajuda e dá a ele um envelope com 32 milhões de francos. O jogo continua, apesar das tentativas de um dos acompanhantes de Le Chiffre para matar Bond. James Bond finalmente ganha 80 milhões de francos de Le Chiffre, pertencentes à SMERSH.
Desesperado para recuperar o dinheiro, Le Chiffre sequestra Vesper e submete Bond a uma tortura brutal, ameaçando matá-los se ele não conseguir o dinheiro de volta: mas antes que isso aconteça, um assassino da SMERSH mata Le Chiffre, como punição por perder o dinheiro.
Depois de se recuperar da tortura, Bond se apaixona por Vesper e pensa em deixar o Serviço Secreto. No entanto, Vesper não é quem ele pensa.
Os anões
Um livro de Harold Pinter (prémio Nobel da literatura - 2005), este é um romance escrito durante a sua longa carreira, que originalmente foi concluído em começos da década de 1950, e depois revisto em 1989. Descreve as vidas e preocupações de quatro jovens londrinos em Inglaterra do Pós-guerra. Através da evolução da sua amizade tumultuosa e destrutiva, explora o modo como as suas vidas comuns são moldadas pelas limitações e fronteiras da sexualidade, da intimidade e da moralidade, ao mesmo tempo que põe a nu as profundas verdades existentes em acontecimentos aparentemente correntes.
"- Mas gostas dele, não gostas?
- Se gosto dele? gosto dele pois.
Pete cortou um tomate às rodelas e deitou um pouco de sal na beira do prato.
- Ele sabe escutar - disse Virginia.
- É um reaccionário. é o que ele é. Outro dia tentou convencer-me que a solução para os meus problemas era ir para a cama mais vezes contigo. (...)
- Quer dizer que lhe disseste que não fazemos amor muitas vezes?
- Disse.
- Oh.
- Porquê? Importas-te?" (capitulo três)
Pete divaga longamente sobre temas vãos:
(...) "Sou o mais possível a favor do comportamento natural dos quartos, portas, escadas, tudo. mas não me posso fiar neles.. Quando, por exemplo, olho pela janela de um comboio, à noite, vejo as luzes amarelas, muito nítidas, vejo o que elas são, e vejo que estão paradas. Mas só estão paradas porque eu estou em movimento. (...) Por isso devem estar relativamente imóveis, pela sua própria natureza, uma vez que a própria terra está imóvel, o que, claro, não é verdade (...) Estou sentado num canto. Estou imóvel. Estou, talvez a ser mexido, mas eu não me mexo. E as luzes amarelas também não. O comboio mexe-se é certo, mas que tem um comboio a ver com o caso?" (capítulo 2)
Surgem excertos, que mais parecem exercícios de escrita criativa. Como se o autor tivesse parado a olhar à volta e descreve-se o que vê, o que sente, o que cheira, para depois regressar a uma escrita mais pausada e pensada.
"(...)Cânio de vaca. A ganhar raízes. Não. Um pedregulho. Ameias de madeira branca eriçadas por cima do muro, presas em armações de ferro.
Mãos de ferro, de palmas para cima, algemadas. Máscara mortuária de pau-preto projectava a sua sombra sobre a água." (Capítulo 17)
"(...) Articulação.
Um golpe seco bateu-lhe na nuca, espelhou uma mancha de frio pelo crânio.
Agora.
A pálpebra entreviu uma pedra em baixo.
Pai.
Sim agora és tu o amado filho único o único canal de sangue aberto a única noite e és tu o único registado para ser registado." (Capítulo 17)
A epidemia
Uma morte é associada ao letal vírus do Ébola. É feito o registo do caso e arquivado: afinal ocorreu em África. Mas as mortes não vão ficar por ali e surge uma epidemia sem precedentes e sem uma causa à vista. Marissa é uma jovem determinada a quem foi dada a tarefa de estudar os casos das estranhas mortes, mas a sua própria vida pode estar em risco e não é apenas devido ao possível contacto com o vírus.
"O terror invadiu Marissa. Por momentos, ficou imóvel em frente das flores. (...) Correndo para a casa-de-banho, agarrou nos cosméticos, atirando-os para dentro do saco. Depois, parou novamente. As implicações do bilhete atingiram-na finalmente. Se eles não tinham a seringa de vacinação, queria dizer que Tad não estava envolvido. E nem ele nem ninguém sabia que ela estava hospedada na Essex House com um nome falso. (...) Pois bem, iriam ter uma surpresa." (Capítulo 10)
O negociador
De Frederick Forsyth. "O negociador" fala de uma conspiração. Estamos em 1989, num quartel-general do Estado Maior Soviético.
"O marechal Ivan K. Kozlov tinha sessenta e sete anos e era um gigante: enorme, franco, de cabelos brancos (...) ninguém tinha dúvidas sobre os motivos porque chegara ao topo: entre 1987 e 1989, tinha supervisionado, serena e habilmente, a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão sem quaisquer escândalos nem derrotas de vulto.(...)" (cap. 1)
"Em meados de Janeiro seguinte, um jovem estudante descia de bicicleta a St. Giles Street, na cidade histórica de Oxford (...). Vestia calças de veludo grosso e um blusão de penas comprido com capuz contra o frio (...)
"Atrás dele, imperceptívelmente, parou um carro discreto. (...)
"O homem ao lado do condutor praguejou em surdina e saiu do carro. Correndo depressa, deslizou por entre a multidão, concentrando-se na figura que se deslocava na bicicleta à sua frente. (...)" (cap. 2)
E estão lançados os dados que vão ditar o jogo. Falta misturar aqui o governo norte-americano, a CIA, o MI-5 e a Polícia Metropolitana... e eis uma grande história de suspense.
Siddhartha
Herman Hesse é um dos maiores nomes das letras germânicas do século XX. Nesta sua obra, vemos o dualismo da vida ativa versus a atitude comtemplativa. Siddhartha representa um jovem ávido de viver e de conhecer o mundo, como todos os jovens, não importa o lugar ou a época, com a diferença que nasceu num meio que a nós pode parecer difícil de compreender. Filho de um Brâmane, passa a sua infância e parte da juventude, isolado das misérias do mundo. Mas quando resolve procurar o que é a vida real, depara-se com essas mesmas misérias, passando por intensos prazeres e por privações extremas. Neste romance deixamo-nos embrenhar nas descrições intensas, que só consegue quem como Herman Hesse, passou pela experiência de uma visita à Índia, descobrindo uma cultura e modos de sentir que o fascinaram.
"A lenda do Buda era doce, estes relatos cheiravam a fascínio. O mundo estava realmente doente, a vida era difícil de suportar - mas vejam, aqui parecia nascer uma fonte, uma mensagem parecia fazer-se ouvir, de confiança, doce, cheia de promessas nobres. A toda a parte, onde chegava o rumor do Buda, em toda a índia os jovens prestavam atenção, sentiam uma nostalgia, sentiam esperança, e entre os filhos dos brâmanes das cidades e aldeias todos os peregrinos e estranhos eram bem-vindos, quando traziam notícias dele, o sublime, o Sakyamuni."(p.29)
"Na cidade de Savathi todas as crianças conheciam o nome do sublime Buda e todas as casas estavam prontas para encherem o prato das esmolas dos silenciosos discípulos de Gotama."(p.33)
"Quando Siddhartha deixou o bosque (...) sentiu que nesse bosque também a sua vida passada ficava e se separava dele.(...)"(p.45)
Beloved
De Toni Morrison.
Esta é a história de uma família. Ou de várias.
Uma família de negros, escravos, que fogem do seu cativeiro das poucas formas possíveis. Uma delas, a morte, preferida em lugar da perda de liberdade, da dor da perda de um filho vendido como mercadoria, ou da angústia de não poder fazer o luto pela morte de um ente que não se sabe onde está - se vivo, morto, fugido, desaparecido...
E também a história de uma mãe que para evitar algo que para ela é pior, tal como a experiência a fez conhecer, tenta matar os filhos, para não os deixar ser levados pelo "mestre-escola". Consegue matar apenas a sua bebé "que já gatinha", enquanto os restantes são salvos. É essa bebé - em cuja pedra tumular, ela escreve "Beloved" e nada mais - que a vai atormentar anos a fio em forma de fantasma, afugentando quem se aproxime daquela casa... e não só.
"O 124 era rancoroso. Cheio de veneno infantil. As mulheres da casa sabiam-no e as crianças também. Durante anos cada um aguentara o rancor à sua medida mas, em 1873, Sethe e a filha Denver eram as suas únicas vítimas. A avó, Baby Sugs, morrera, e os filhos, Howard e Buglar, tinham fugido aos treze (...). Também não esperaram por um dos momentos de acalmia: as semanas, até meses em que tudo era tranquilidade. Não. (...)"
O vendedor de sonhos
De Augusto Cury.
Começa com um suicida. E como não podia deixar de ser, português é mesmo assim, uma multidão que se junta para ver o homem saltar. Mas eis que aparece um outro fulano, que parece nem pertencer àquele quadro e que lá vai ele, passando as barreiras que se vão criando e se aproxima do outro que quer saltar. Com o dom da palavra, trá-lo de volta à realidade e dá-lhe a possibilidade de escolher viver.
E este, cuja vida parecia não ter motivos para continuar, começa a seguir o estranho que fala de uma forma estranha e que apenas quer vender sonhos.
Uma viagem ao interior da mente humana. Pelos padrões do que é certo e errado, pelos pressupostos e pelos preconceitos. Que todos os temos, mas nem todos somos capazes de lidar com eles.
E no final, eis que descubro que a história não acaba aqui e que vou ter de procurar o próximo livro da sequela. Fiquei presa a esta forma de escrever e de fazer pensar.
Este país não é para velhos
Uma história de Cormac Mc Carthy.
Quando Llewelyn Moss encontra uma mala cheia de dinheiro, depois de um tiroteio entre narcotraficantes, pensa que lhe saiu a sorte grande.
Mas afinal este ato transforma a sua vida num inferno. Entre os vários perseguidores, está um homem com uma estranha arma pneumática, cuja máxima concessão de piedade consiste em atirar uma moeda ao ar para decidir o destino das suas vítimas. E há um velho xerife que fará o necessário para ajudar as pessoas que jurou proteger.
É uma história difícil de seguir, não pela linguagem em si, mas pela forma de pontuação usada. Faltam as entradas de diálogo e a distinção entre cada uma das personagens, o que torna por vezes o enredo difícil de entender. O final da história também é um pouco confuso, fica muita coisa em suspenso, parece que falta ali o próprio final. O filme, para ter ganho tantos prémios, deve ter sido muito bem estruturado, mas o livro pelo menos a mim deixou-me algumas dúvidas. Gostei mas não adorei. Fiquei com vontade de saber como acaba, terminei de ler e não sei. Talvez vendo o filme eu entenda. Mas por agora...
A saga de um pensador
Um romance de Augusto Cury. Comecei a lê-lo a 20 de Maio. É o primeiro romance de Augusto Cury e também o primeiro deste autor que leio.
Marco Polo é um navegador. Não um navegador de barco e vela, mas um descobridor de mentes e de pensamentos. Um estudante de medicina que se impressiona com a sua primeira aula de anatomia e com a desumanização da medicina. Provocador, embora sem ser maldoso, consegue o seu primeiro intento - conhecer a identidade do homem cujo corpo jaz na mesa da aula de anatomia, prestes a ser dissecado pelos estudantes. Com a sua descoberta, novos caminhos se abrem: os da mente humana e os do coração.
Capítulo 1
"A ansiedade pulsava no interior de alguns jovens. Um grande sonho encenava-se no teatro das suas emoções. Movidos pela euforia, percorriam como crianças os corredores das salas de aula da Faculdade de Medicina.
Olhos fixos nas paredes, cativados pelas estranhas e belas imagens que retratavam pormenores do tórax e dos músculos. Imagens de corpos nus dissecados revelavam que por dentro os seres humanos foram sempre mais parecidos do que imaginaram. A fotografia de um cérebro, saturado de reentrâncias, como riachos que sulcam a terra, indicava o centro vital da nossa inteligência e das nossas loucuras."
Um livro magnífico que recomendo vivamente. Para ler com calma, mastigando cada frase, cada pensamento, cada declaração.
Sem comentários:
Enviar um comentário