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domingo, 21 de fevereiro de 2010

A Chuva Pasmada, de Mia Couto

"A CHUVA PASMADA" traz-nos a história surpreendente de uma chuva suspensa no ar, que se recusa a emprenhar a terra árida. É um cacimbo indeciso que enlouquece todos. Porém, é a loucura desta "inundação sem chão" que faz com que as almas, até aí secas de sonhos e de segredos abafados, se desvelem e procurem a água umas nas outras. A história é contada na primeira pessoa, por um narrador participante, em jeito de memória de adolescência de uma criança que observa as personagens nas suas mutações.


O avô velho era como que um "rio seco que fluía num sonho" de navegar até chegar ao mar. Ficara assim depois da mulher, que considerava a sua água, morrer, pois ligavam-se "como a aranha e o orvalho, um fazendo teia no outro". O pai, mais velho que o avô, porque "a velhice não é uma idade, é uma desistência", estava pasmado como a chuva, estancara-se junto à vida, sufocado pelo próprio umbigo.

A mãe, com segredos de "mulher e água", o amor pelo seu homem que não a procurava, pois desistira dela como da vida. Mas "o amor não é a semente, é semear" e ela consegue inundá-lo de sangue, de amor, provocando-lhe ciúme. A tia com "propósitos de sombra", nunca casara, e via na indecisão da chuva um castigo para a sua secura.

O avô, detentor da memória maior é o elo entre todos e obstina-se em fazer a sua viagem. As pontes entre o céu e a terra são criadas e a chuva resolve cair. Cumpre-se a intenção do avô: "ele queria o rio sobrando da terra, vogando em nosso peito, trazendo diante de nós as nossas vidas de antes de nós". .".

3 comentários:

  1. adoro o livro tenho e muito entersante

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  2. Adoro este livro. é simplesmente maravilhoso...Conta-nos a história da vida, uma "moral"...

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