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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Noah Gordon

Estou a ler "O Físico" de Noah Gordon, um livro da Biblioteca Sábado - como tantos que tenho - e confesso que ainda não conhecia este escritor. Este é um livro um pouco denso (520 páginas) que já estariam lidas não fosse o facto de ora me apetecer ler de enfiada, ora deixá-lo de lado durante uns dias para ler outras coisas. É que nem sempre um livro me satisfaz o suficiente para me prender a atenção horas seguidas. Por vezes, um livro tem de ser lido e digerido quase página a página, para me conseguir chegar, que é como quem diz, não gosto de ler só por ler, só para passar o tempo. Gosto sim de ler e perceber o que leio, entender a trama, seguir a história de cada personagem, mesmo que para isso, precise voltar atrás um capítulo ou parar durante uns dias a leitura para depois retomá-la com novo fôlego. Aconteceu-me o mesmo quando li "Os Maias" e, mais tarde, quando me aventurei a ler "O nome da Rosa".

Este livro já o estou a ler desde 14 de Julho deste ano. Mas já estou quase no fim...

"Estes foram os últimos momentos de uma inocência abençoada e em segurança que Rob J. viveu, mas, na sua ignorância, ele considerava um infortúnio o facto de ser forçado a permanecer nas proximidades da casa do pai com os irmãos."
GORDON, Noah, O Físico, Biblioteca Sábado. 


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Fantoches para contar histórias

A hora do conto pode e deve ser um momento maravilhoso de aprendizagem da língua materna para as nossas crianças desde muito cedo.

Se à história escolhida acrescentarmos algo diferente, este momento torna-se mais rico e muito mais interessante. Imagens, fantoches ou dedoches são apenas alguns exemplos desse tipo de materiais de apoio para contar uma história.

Aqui ficam alguns exemplos:

Dedoches:

"Zebra"

"João e o Pé de Feijão"

Fantoches:


"Crocodilo"



"Os três porquinhos"




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Marcas que representamos:

- Ideas para ninos - Baumann y Trapp S.L.
- The puppet company
- Miniland Baby
- Miniland educational
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- Meyco Hobby


domingo, 5 de setembro de 2010

Bruno Bettelheim

"Bruno Bettelheim (Viena, 28 de Agosto de 1903 — 13 de Março de 1990) foi um psicólogo judeu norte-americano nascido na Áustria."

"Após a anexação da Áustria ao Terceiro Reich, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, ele foi deportado junto com outros judeus austríacos para o campo de concentração de Dachau e, mais tarde, para Buchenwald. Aí pôde observar os comportamentos humanos quando o indivíduo é sujeito a condições extremas, percepcionadas como radicalmente destrutivas (desumanização), que estiveram mais tarde na base das suas teorias sobre a origem do autismo.
Graças a uma amnistia em 1939, Bettelheim e centenas de outros prisioneiros foram libertados, o que lhe salvou a vida. Emigrou então rumo aos Estados Unidos, onde foi professor de psicologia em universidades americanas e dirigiu o Instituto Sonia-Shankman em Chicago para crianças psicóticas, destacando-se o seu trabalho com crianças autistas. Cometeu suicídio em 1990.
Bettelheim é reconhecido como um prestigiado psicólogo na área da psicologia infantil."


Algumas obras de Bettelheim:

1950 Love Is Not Enough: The Treatment of Emotionally Disturbed Children, Free Press, Glencoe, Ill.
1954 Symbolic Wounds; Puberty Rites and the Envious Male, Free Press, Glencoe, Ill.
1959 "Joey: A 'Mechanical Boy'", Scientific American, 200, março de 1959: 117-126.
1967 The Empty Fortress: Infantile autism and the birth of the self, The Free Press, New York
1969 The Children of the Dream, Macmillan, London & New York
1982 Freud and Man's Soul, Knopf, New York
1987 A Good Enough Parent: A book on Child-Rearing, Knopf, New York
1990 Freud's Vienna and Other Essays, Knopf, New York


Mas este foi também um homem controverso.

"Após seu suicídio, emergiu a evidência de lado mais escuro. Seus conselheiros na Universidade de Chicago consideravam-no uma grande figura na psicologia, mas após seu suicídio, três ex-pacientes questionaram seu trabalho e chamaram-no um cruel tirano. Em maio de 2005]], mais de 90 ex-conselheiros e ex-pacientes reuniram-se em Chicago, mais de 30 anos após seu retiro, para ressaltar a importância de Bettelheim em suas vidas. Contrariamente aos opositores de Bettelheim, quem são muito activos nos meios de comunicação, não convidaram a jornalistas à reunião."(2)
Sobre o tema do autismo:

"Bettelheim estava convencido de que o autismo não tinha nenhuma base orgânica, senão que era originado por mães frias e pais ausentes. Toda minha vida, escreveu, tenho trabalhado com meninos cujas vidas têm sido destruídas devido a que suas mães os odiaram. Outros analistas freudianos seguiram Bettelheim na sua teoria de que o autismo dos meninos é gerado na dinâmica intrafamiliar. Bettelheim escreveu um livro entitulado A fortaleza vazia, onde falava a respeito do autismo."

O leitor das palavras

"A principal característica deste leitor é a sua identificação com o herói, que faz dele protagonista das histórias que lê."(1)

Um cantinho da leitura ou uma área de livros é um dos pontos de referência de uma sala de Creche e, mais importante ainda, de Jardim de Infância. Lá mas não só ali, a criança ouve contar uma história, folheia um livro, observa atentamente cada imagem e, até dá os primeiros passos na escrita se para isso encontrar ali os materiais a isso necessários. Ela lê ao seu jeito as histórias dos livros que escolhe e aprende agora a tratá-los bem e a cuidar deles.

Mas quando entra na aventura que é o primeiro ciclo, na sua escola "dos grandes", a criança adquire uma nova relação com o livro. Este, deixa de ser apenas uma fonte de prazer para passar a ser "um instrumento de aquisição e sistematização de saberes."(1)

"Entre os 6 e os 8 anos de idade, o pensamento intuitivo subjuga o processo de leitura onde predomina a fantasia, que ajuda a criança a compreender e a adaptar-se ao mundo real." Esta é de facto, "a base dos contos de fadas e das fábulas mais elaboradas (...) que fazem a criança reflectir sobre os seus próprios problemas."(1)

Na sua essência estes expõem o leitor a dilemas existenciais. "Lidando com problemas humanos universais, especialmente com os que preocupam o espírito das crianças, as histórias falam ao seu ego nascente, encorajando o seu desenvolvimento, enquanto ao mesmo tempo, aliviam tensões pré-conscientes ou inconscientes."(2)

Claro que estas divisões em faixas etárias não são de todo estáticas, como em qualquer processo de desenvolvimento infantil, sendo apenas referências. Ao chegar aos 8, 10 anos, os interesses da criança "vão ser substituídos por uma maior preocupação com o mundo exterior, dando aso a um género de literatura mais realista: livros de consulta, banda desenhada, contos fantásticos, histórias humorísticas e os primeiros livros de aventuras."(1)



Bibliografia:

(1)-BARROSO, Rita, "Pequenos leitores", Pais e Filhos, Outubro de 2005;
(2)-BETTELHEIM, Bruno, "Psicanálise dos contos de fadas", Bertrand Editora;

sábado, 4 de setembro de 2010

Contacto com livros desde cedo:

É quando chega aos 3 anos que a criança começa a demonstrar uma atitude diferente perante os livros. Começa a ter curiosidade sobre o que lá está escrito e a querer entrar no universo de descoberta que os livros lhe oferecem. "O papel de mediador assumido pelo adulto é fundamental, visto que as crianças desta idade, egocentricas por natureza, não conseguem distinguir de forma inequívoca a realidade da fantasia. Cabe ao adulto transmitir-lhes segurança para que entrem sem medo no mundo da ficção."(1)

"A relação que este pequeno leitor estabelece com o livro, está ainda muito dependente das sensações e dos afectos, revelando uma forte ligação com as personagens com as quais se identifica, razão pela qual é indispensável que a problemática inicial seja claramente resolvida através de um final feliz."(1)

Segundo Bettelheim (2), a polarização das personagens em bem e mal, permite que a criança compreenda facilmente a diferença entre ambos os pólos.

"O leitor-ouvinte ainda tem necessidade de narrativas não muito extensas, que possa ir acompanhando por meio de ilustrações."(1)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Ler desde cedo - livros para bebés

Quando começa a ter contacto com as primeiras histórias, o bebé fá-lo através da voz da mãe ou do pai que lhe vão despertando os sentidos para as imagens e para as palavras. O que interessa nestes momentos, é a sonoridade das palavras e o embalo da voz de quem lhe fala e conta a história. A repetição das palavras e de sons - em versos simples, lengalengas, ladainhas... atraem o bebé e ajudam-no a desenvolver a sua própria capacidade comunicativa.

Quanto ao livro em si, este "começa por ser um brinquedo igual aos outros que o bebé explora até à exaustão através dos seus cinco sentidos. (...) Por norma, o formato é pequeno e arredondado para facilitar o manuseamento pouco hábil e inexperiente dos mais pequenos, apresentando frequentemente a forma do protagonista da história ou da temática abordada (animais, alimentos, viaturas).. Por vezes, há ainda odores e texturas para cheirar e sentir."(1)
"O bebé com apenas um ano ainda não se interessa pelos aspectos ficcionais do livro, embora aprecie as imagens que servem de pretexto para as tradicionais lengalengas e cantilenas coreografadas pelo adulto. A partir dos dois anos, gosta de pequenas histórias sobre uma situação quotidiana ou um objecto familiar, apontando e nomeando as respectivas ilustrações."(1)



"Por volta dos três anos, a criança já distingue o livro dos outros brinquedos, aprende a manuseá-lo com cuidado, centrando-se na narrativa e na observação atenta das ilustrações."(1)


Bibliografia:

(1)-BARROSO, Rita, "Pequenos leitores", Pais e Filhos, Outubro de 2005;

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

De ouvinte a leitor - a importância de ouvir contar histórias

"Tornar-se leitor implica, obrigatoriamente, passar por diferentes etapas que acompanham o crescimento físico, psíquico, linguístico e afectivo da criança."(1) A criança não nasce leitora nem com a capacidade de o fazer. Ela adquire as competências essenciais à sua realização através de vários processos que, no seu devido tempo, a ajudam a auto-construir-se como pessoa e também a adquirir o gosto pela leitura.

Tanto os pais como os professores e educadores, numa atitude conjunta, têm ter em atenção que "género de livro se adequa melhor ao desenvolvimento da competência de leitura da criança, para não correrem o risco de se perderem no meio da vasta oferta do mercado editorial infanto-juvenil."

O leitor começa por ser um ouvinte de histórias. Uma e outra vez, ora uma, ora outra...

Mas antes, é também um manipulador. Um explorador do livro, como se de um brinquedo se tratasse e que ele enquanto bebé explora com todos os seus cinco sentidos. "Hoje, considera-se que se um exemplar não acabar os seus dias destruído por puxões, riscos, mordidelas e baba, não cumpriu inteiramente a sua função."(1)

Existem diversos tipos de narrativas que devem ser tidas em consideração, tais como, os contos de fadas, as fábulas, os mitos, as lendas... aqui importa também a variedade e ter em conta quais são as necessidades da criança numa determinada fase da sua vida. Mas mais importante que escolher o tipo de leitura é mesmo ler alto para a criança ouvir. Ler e contar uma história são processos diferentes, mas ambos muito importantes, pois ambos são capazes de ajudar a criança a criar o hábito de procurar o conhecimento do qual elas irão precisar. Deve-se sim começar desde muito cedo, mesmo dentro da barriga da mãe. A entoação das palavras e das frases, além do seu significado, desenvolvem a linguagem da criança, as suas competências linguísticas e, mais tarde, formarão o caminho essencial para o desenvolvimento da leitura e da escrita.

Ouvir contar uma história desenvolve também a imaginação das crianças desde muito cedo.



Bibliografia:

(1)-BARROSO, Rita, "Pequenos leitores", Pais e Filhos, Outubro de 2005;