É quando chega aos 3 anos que a criança começa a demonstrar uma atitude diferente perante os livros. Começa a ter curiosidade sobre o que lá está escrito e a querer entrar no universo de descoberta que os livros lhe oferecem. "O papel de mediador assumido pelo adulto é fundamental, visto que as crianças desta idade, egocentricas por natureza, não conseguem distinguir de forma inequívoca a realidade da fantasia. Cabe ao adulto transmitir-lhes segurança para que entrem sem medo no mundo da ficção."(1)
"A relação que este pequeno leitor estabelece com o livro, está ainda muito dependente das sensações e dos afectos, revelando uma forte ligação com as personagens com as quais se identifica, razão pela qual é indispensável que a problemática inicial seja claramente resolvida através de um final feliz."(1)
Segundo Bettelheim (2), a polarização das personagens em bem e mal, permite que a criança compreenda facilmente a diferença entre ambos os pólos.
"O leitor-ouvinte ainda tem necessidade de narrativas não muito extensas, que possa ir acompanhando por meio de ilustrações."(1)
A criança prefere "as histórias onde predomine o elemento maravilhoso: contos de fadas, fábulas, lendas e mitos."(1)
O início da narrativa com "Era uma Vez..." ou "Há muitos anos atrás..." ou outras, conduz a criança ao mundo do imaginário e da fantasia, onde lhe é permitido "exteriorizar os seus conflitos interiores, ajudando-o a desenvolver competências que lhe permitam resolver os seus problemas pela vida fora."(1)
O acompanhamento pelos pais é muito importante na entrada da criança no enredo da história ou do conto, uma vez que esta é sujeita à exposição aos seus próprios conflitos interiores, quando confrontada com os próprios dilemas e medos da personagem da história. "É sujeita a sentimentos desesperados de solidão e abandono."(2)
Bibliografia:
(1)-BARROSO, Rita, "Pequenos leitores", Pais e Filhos, Outubro de 2005;
(2)-BETTELHEIM, Bruno, "Psicanálise dos contos de fadas", Bertrand Editora;
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