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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Leitura na pré-adolescência e na adolescência

A idade é uma das predisposições para o tipo de livro que o leitor prefere. Enquanto criança ele prefere histórias maravilhosas, mas ao "entrar na pré-adolescência (...) inicia uma nova etapa marcada por um domínio da leitura que lhe permite ler livros cada vez mais complexos quanto à forma e conteúdo, onde a ilustração é meramente acessória."(1)

Assim por volta dos 12-13 anos, começa uma nova fase da vida do leitor, que tem tudo a ver com os seus próprios interesses e pela descoberta do mundo que o rodeia. Mas agora as questões são outras, os porquês voltam-se mais para um sentido crítico de tudo o que lhe é dado a ler. "Se tudo estiver bem e as outras etapas tiverem sido trabalhadas corretamente, aqui já existe a capacidade de ler textos mais extensos e complexos quanto à ideia, estrutura e linguagem. Começa uma pequena introdução à leitura crítica."(2)

Ao entrar na adolescência, o leitor "tenta confrontar a sua própria experiência com a vivência de outras pessoas através da leitura de diários, biografias, relatos de viagem, crónicas, etc, que o vão preparar para dar o salto definitivo para a literatura dita adulta."(1)

"Aqui já vemos uma maior capacidade de assimilar idéias, confrontá-las com sua própria experiência e reelaborá-las, em confronto com o material de leitura."(2)

O que pode ser difícil nesta fase, são os livros de leitura obrigatória nas escolas, que muitas vezes acabam por ter um resultado diferente do esperado.  Lembro-me quando tive de ler "Os Maias". Na altura emprestaram-me o livro - um de colecção, com capa rija e contornos a dourado, páginas muito finas - e, apesar de até ter gostado um pouco da história, desmotivou-me não ter podido naquela altura ler o livro à minha maneira: caneta na mão, na praia, sem limites de tempo, sem me preocupar com as características das personagens. Li durante o Verão e quando começamos a falar dele nas aulas eu lembrava-me de muita coisa. Naquela altura preocupei-me mais em aprofundar a matéria que era pedida do que em ler de forma apressada e sem prazer aquelas milhentas páginas. Via os meus colegas a ler e a saltar páginas e a dizer que não percebiam nada. Eles passavam as linhas a procurar as respostas às questões colocadas na aula de Português. Eu tinha lido como um romance, durante o Verão, sem pressões de terminar. Só me faltou mesmo poder escrever nas margens e de sublinhar... eu trato muito mal os meus livrinhos.

Ler por prazer é uma coisa, por obrigação é outra. Os jovens afastam-se dos livros, quando se cansam deles na escola. Se as obras fossem tratadas de outra forma, talvez houvesssem mais leitores e estes se mantivessem na idade adulta.

Bibliografia:

(1)-BARROSO, Rita, "Pequenos leitores", Pais e Filhos, Outubro de 2005;
(2)-http://www.lendo.org/desenvolvimento-leitura-criancas-adolescentes/

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