É divertido e muito realista. Um retrato dos pais de hoje, mesmo os que dizem que nunca foram ou pensaram assim. Uma historia marcada pelos sentimentos de um homem, que apesar de já ser pai de duas crianças, com uma terceira a caminho, sente que ainda precisa de "dar o salto".
A difícil tarefa de conjugar duas realidades que parecem distantes, mas que estão interligadas de tal forma que lhe será impossível escolher uma em vez da outra.
Michael Adams é um músico londrino que tenta ganhar a vida como compositor de jingles de publicidade. Na casa dos trinta, ainda anda às voltas com as suas angústias existenciais, profissionais e, sobretudo, matrimoniais.
Michael é apaixonado por Catherine e pelos seus filhos, disso ninguém duvida, o problema é a sensação de falta de espaço que ele sente. E rapidamente, tudo se começa a transformar na sua vida, numa espiral de omissões e mentiras, que o levam a viver uma vida dupla e a estrar numa espiral descendente, quase sem se aperceber disso, tanto na sua vida familiar como profissional.
Michael opta por passar a maior parte do tempo sem fazer rigorosamente nada, ou muito pouco, num apartamento do outro lado do rio Tamisa, longe de casa, onde tem os aparelhos de gravação e composição. Nesse espaço, a sua convivência faz-se com três outros homens solteiros, cada um com a sua deliciosa idiossincrasia.
De vez em quando, quando as saudades dos filhos ou da mulher são mais fortes, regressa ao lar em visitas mais ou menos fugazes, mas as temporadas “no trabalho” são cada vez mais longas e frequentes, enquanto Catherine tem de suportar sozinha todo o trabalho doméstico e de educar e criar as crianças.
Um livro de John O'Farrel, de uma escrita surpreendente, que se lê num fôlego e que é, em certa parte, uma obra particularmente interessante para as mulheres, que descobrem aqui algo mais sobre o universo masculino. Nota 4.
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