Deixe o seu comentário!

Deixe o seu comentário!
Adoro receber miminhos. Se me escrever, eu vou publicar os seu textos e comentários, com todo o carinho, pois este é um local de partilha.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Bruxas más. Fadas boas...

Aqui vos lanço em primeira mão a Bruxa Filó.
Será uma bruxa? Será uma Fada?
É uma fada sem asas, mas passeia pelo Mundo fora na sua vassoura.
É uma bruxa boa que gosta de animar as crianças com fome e frio.
Faz magia, sabe truques e sabe contar histórias.
Não a querem nos castelos, nem a deixam voar nos palácios.
Os adultos não acreditam nas crianças que a vêem, mas meninos e meninas por todo o Mundo a guardam no seu imaginário... e por isso ela apesar de tudo é uma bruxinha feliz!

Aqui vos deixo a Filó.
Fada ou Bruxa, como mais gostarem dela.


Elsa Filipe

A Bruxa Filó

Era uma vez...


Uma Bruxa muito velha, sentada num banco de madeira em frente a um caldeirão a fumegar. Na cabeça trazia um chapéu bicudo, velho cheio de pó. E vestia-se de preto, como só as velhas, muito velhinhass se vestem.
Tinha 135 anos. Já tinha morado em 23 países diferentes e conhecido muita gente e muitas culturas.
Agora, vivia na cave do João e só ele sabia que ela ali estava.
Só ele a via.

Quando era nova, a bruxa Fíló tinha muitos amigos e viajava imenso. Nessa altura, o seu aspecto era outro, as roupas mais claras, a pele menos enrugada e todos gostavam dela porque era bonita. Porque Filó era uma bruxa boa. Mas, perguntam vocês, as fadas é que são boas! Nos contos as bruxas são más! Pois é. Assim se passa em muitos contos de encantar, mas no mundo das histórias também há pessoas diferentes e os seres mágicos também têm as suas particularidades.

A Filó era uma fada pequenina, que olhava da sua janela as outras fadas a voar de flor em flor, a subeir bem alto e a descer em piruetas. Ela olhava e aguardava muito ansiosa que as suas asas despontassem, mas o tempo passava e isso nunca aconteceu.

Filó era uma das raras fadas que nasciam sem asas. Por algum motivo ela era diferente e quando mais nova, observava as outras fadas suas irmãs, todas com asas como as borboletas, mas a Filó nasceu sem asas e por isso usava uma vassoura mágica para se deslocar de um lado para o outro.
As outras fadas riam-se dela. Chamavam-lhe bruxa, mas ela não se zangava com elas. Por vezes, deixavam-na sozinha quando iam voar todas juntas, mas Filó não se importava. Ela era feliz assim como tinha nascido e não precisava de asas para visitar os seus amigos.

Se fosse uma fada com asas, como as dos contos, Filó faria magias para as Princesas nos Castelos, mas sem asas e com a sua vassoura voadora, a bruxinha não era querida nos palácios. Assim, ela preferia visitar as crianças pobres nas aldeias e, como sabia alguns truques, animava as suas manhãs frias e dava-lhes alegria nos dias de fome. E os seus sorrisos faziam-na muito mais feliz que as riquezas dos castelos.

Agora a bruxa Filó, já estava velha e vivia com um menino, na sua cave, onde só ele e mais ninguém, sabia onde ela estava. E era feliz assim.

Elsa Filipe

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Poesia de Outono

Para os mais pequeninos....



PORQUE CAEM SEMPRE AS FOLHAS,

QUANDO CHEGA O OUTONO,

SERÁ QUE TÊM FRIO,

OU SERÁ QUE TÊM SONO?

 

ERAM VERDES, ESTÃO CASTANHAS,

QUEM AS VÊ E QUEM AS VIU,

AS FOLHAS CAEM NO OUTONO

E AS ÁRVORES FICAM COM FRIO.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A hora do Conto

A "Hora do Conto", "O cantinho das Histórias", uns almofadões, um fantoche, um livro, uma manta de retalhos, enfim, um momento agradável para partilhar com as nossas crianças.


O trabalho com contos clássicos torna estes momentos muito atrativos, dinâmicos e próximos da realidade das nossas crianças.


Com os contos, estimula-se a imaginação e a criatividade das crianças, completando-se a leitura de uma história com actividades lúdicas e que as levam a envolver-se no enredo. As crianças identificam-se com a história da sua personagem favorita, sentem as suas alegrias e as suas tristezas como se fossem suas, construindo paralelos com a sua própria vida.


Os contos são fábricas de imaginação e de novas experiências. Eles possuem cheiros, cores e sabores e ao ouvir histórias a criança entra num mundo cheio de magia, sonho e fantasia.


O conto tem a capacidade de criar novas perspectivas de vida e o hábito de leitura é criado por estes pequenos, mas tão importantes momentos! A criança re-inventa os contos, interage, relaciona-se com as outras personagens, com o mundo encantado da história. Quer entrar no barco e navegar como Sinbad, sente medo do lobo da floresta e da sombra das árvores, mas também sente a alegria da Cinderela quando encontra o seu Princípe...
Os adereços ajudam nestes momentos a tornar os contos mais reais, mais palpáveis e a despertar o interesse das crianças para a narrativa.


Os momentos da Hora do Conto criam uma cumplicidade entre o educador e a criança, além de aumentar os laços afetivos e a confiança entre ambos.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Outras histórias já lidas...

Tenho deixado aqui alguns dos títulos que já li. Aqui ficam hoje mais alguns que quero partilhar convosco!

Em 2006, li entre outros livros, "O Código da Vinci", de Dan Brown.

Quem já leu sabe que é um livro que nos prende, página pós página e que as surpresas se vão sobrepondo. Acho que é daqueles livros que só se lê uma vez: depois de sabermos como termina, deixa de ter piada. Mas adorei.

Em Outubro do mesmo ano, li também "A praia do destino", de Anita Shreve.

Olympia Biddeford é a filha única de um proeminente casal de Bóston – uma jovem precoce a quem o pai afastou das instituições académicas com o objectivo de lhe garantir uma educação refinada e pouco convencional. No Verão de 1899, Olympia tem quinze anos e a sua vida está prestes a mudar para sempre. Cheia de ideias e entusiasmada com os primeiros arrebatamentos da maturidade, é admitida no círculo social do pai, que contempla artistas, escritores, advogados e, entre eles, John Haskell, um médico carismático. Entre ambos nasce uma impensável e arrebatadora paixão. Sem ter em conta o sentido das conveniências ou da auto-preservação, Olympia mergulha de cabeça numa relação cujos resultados serão catastróficos - John tem quarenta anos, é casado e pai de quatro filhos…



Em 2008 comecei a ler "O nome da Rosa" de Umberto Eco, mas tive de parar e retomei a leitura só em Abril deste ano. O livro começou a tornar-se muito denso e desisti, mas depois, mais por teimosia acabei mesmo por voltar a lê-lo. As frases em latim foram o principal ponto negativo no livro, que me fizeram perder o fio à meada.






Entretanto em 2008, pude ler também de Francisco Moita Flores o livro "Filhos do Vento". Conhecia Moita Flores de "ouvir falar" apreciava-o como comentador, mas nunca tinha lido nada dele e este livro foi uma surpresa.



Ainda em 2008, li também "A máscara de Ababol" , de Susana Prieto e de Lea Veléz e posso dizer que apesar de ser um livro enorme, as suas páginas devoram-se. Adorei o livro e dou-lhe nota máxima! Mas isto é apenas a minha opinião pessoal - cada um terá a sua e um livro que eu adoro você pode ter odiado ler!

Mas para isso servem os blogues não é?









E já me esquecia de outro que também me marcou em 2008 - saudosismo, não, apenas um momento de partilha e de memórias que de vez em quando se vão buscar à gaveta - "O codex 632", que li em Julho desse ano. Muitas vezes, no quartel, à espera de haver serviço, recolhida no meu canto, as páginas do Codéx foram a minha companhia em tardes quentes.

Bem, e este post está a ficar demasiado extenso, não está?

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Outono



A última castanha




Era uma castanha que estava como as outras, pendurada de um castanheiro.




Chegando o tempo, as castanhas amadurecem e caem por si.




Só que esta não caiu.


- Estou bem onde estou e não quero aventuras – dizia.

Uma a uma, as outras dos ramos iam caindo e rebolando pelo chão, protegidas pelo cobertor ouriçado que as cobria até ao nariz.

Nariz é modo de dizer…
Vinham os garotos, estalavam-lhe os ouriços e metiam-nos nos bolsos.


A tímida e teimosa castanha desta história a tudo assistia do seu mirante e não gostava.

- A mim não me levam eles – dizia.


Era a única que sobrava em todo o castanheiro. As folhas a fugirem da árvore, sopradas pelo vento, e ela a afincar-se ao ramo, com unhas e dentes.




Unhas e dentes é um modo de dizer…

Sozinha, desabrigada, não estava feliz. Nem infeliz.

Sentia até uma ponta de orgulho por ter conseguido resistir tanto tempo.

Um sabor de vitória que a ouriçou toda.

- Ai que vou cair – gritou.

Mas, no último instante, conseguiu agarrar-se.

Ainda não era daquela.

Entardecia. Um grupo de gente acendera uma fogueira, junto ao castanheiro.

Os garotos, que tinham andado às castanhas, e os pais dos garotos e os amigos dos garotos riam e cantavam.

Estavam a preparar o magusto da noite de São Martinho.

A castanha solitária, no alto do castanheiro nu, estranhou a vizinhança. E intrigou-se.
Que estaria a passar-se?
Debruçou-se do ramo mais e mais. A madeira a arder estalava, mesmo por baixo da castanha, a última.
O fumo entontecia-a. E se fosse ver de perto o que se passava?
Foi. Caiu.

E a história acaba aqui.

Paciência.

É o destino das castanhas.

Destino é um modo de dizer…




Autor: António Torrado

Maria Castanha

Maria Castanha:

O céu estava cinzento e quase nunca aparecia o sol, mas enquanto não chovia os meninos iam brincar para o jardim.

Um jardim muito grande e bonito, com uma grade pintada de verde toda em volta, de modo que não havia perigo de os automóveis entrarem e atropelaremos meninos que corriam e brincavam à vontade, de muitas maneiras: uns andavam nos baloiços e nos escorregas, outros deitavam pão aos patos do lago, outros metiam os pés por entre as folhas secas e faziam-nas estalar – crac,
crac – debaixo das botas, outros corriam de braços abertos atrás dos pombos, que se levantavam e fugiam, também de asas abertas.

Era bom ir ao jardim. E mesmo sem haver sol, os meninos sentiam os pés quentinhos e ficavam com as bochechas encarnadas de tanto correr e saltar.

Uma vez apareceu no jardim uma menina diferente: não tinha bochechas encarnadas, mas uma carinha redonda, castanha, com dois grandes olhos escuros e brilhantes.

- Como te chamas? – perguntaram-lhe.
- Maria. Às vezes chamam-me Maria Castanha .
- Que engraçado, Maria Castanha! Queres brincar?
- Quero.

Foram brincar ao jogo do apanhar.
A Maria Castanha corria mais do que todos.
- Quem me apanha? Ninguém me apanha!

- Ninguém apanha a Maria Castanha!
Ela corria tanto. Corria tanto que nem viu o carrinho do vendedor de castanhas que estava à porta do jardim, e foi de encontro a ele.
Pimba!
O saco das castanhas caiu e espalhou-as todas à reboleta pelo chão.

A Maria Castanha caiu também e ficou sentada no meio das castanhas.
- Ah. Minha atrevida! – gritou o vendedor de castanhas todo zangado.

- Foi sem querer – explicaram os outros meninos.

- Eu ajudo a apanhar tudo – disse Maria Castanha, de joelhos a apanhar as castanhas caídas.
E os outros ajudaram também.

Pronto. Ficaram as castanhas apanhadas num instante.
- onde estão os teus pais? – perguntou o vendedor de castanhas à Maria Castanha.
- Foram à procura de emprego.
- E tu?
- Vinha à procura de amigos.

- Já encontraste: nós somos teus amigos – disseram os meninos.

- Eu também sou – disse o vendedor de castanhas.

E pôs as mãos nos cabelos da Maria Castanha, que eram frisados e fofinhos como a lã dos carneirinhos novos.
Depois, disse:

- Quando os amigos se encontram é costume fazer uma festa. Vamos fazer uma festa de castanhas. Gostam de castanhas?
- Gostamos! Gostamos! – gritaram os meninos.
- Não sei. Nunca comi castanhas, na minha terra não há – disse Maria Castanha.
- Pois vais saber como é bom.
E o vendedor deitou castanhas e sal dentro do assador e pô-lo em cima do lume.
Dali a pouco as castanhas estalavam… Tau! Tau!
- Ai, são tiros? – assustou-se a Maria Castanha, porque vinha de uma terra onde havia guerra.
- Não tenhas medo. São castanhas a estalar com o calor.
Do assador subiu um fumozinho azul-claro a cheirar bem.
E azuis eram agora as castanhas assadas e muito quentes que o vendedor deu à Maria Castanha e aos seus amigos.

- É bom é – ria-se Maria Castanha a trincar as castanhas assadas.

- Se me queres ajudar podes comer castanhas todos os dias. Sabes fazer cartuchos de papel?

A Maria Castanha não sabia mas aprendeu.

É ela quem enrola o papel de jornal para fazer os cartuchinhos onde o vendedor mete as castanhas que vende aos fregueses à porta do jardim.


Autor: Maria Isabel Mendonça Soares,” Contos no Jardim”.

Outono


Para introduzir o tema do Outono nas salas dos mais pequenos, aqui fica uma ideia simples:


Uma pequena canção... para começar a animar e desenvolver a linguagem:


O ouriço já secou
já caiu a castanhinha;
hoje é dia de comer
uma castanha cozidinha.
Cozidinha ou assadinha
na fogueira a saltitar;
hoje é dia de magusto
vamos cantar e bailar.

(tradicional)

 
Uma música sobre o Ouriço, que pode ser o ínicio de uma explicação sobre o que “protege” a Castanha.



Levem Ouriços, castanhas e folhas de castanheiro para as vossas salas, deixem-nos observar, tocar, cheirar, só tenham atenção é ao Ouriço, para que ninguém se magoe.

É uma actividade deliciosa que resulta muto bem e que as vossas crianças vão recordar durante muito tempo.

domingo, 11 de outubro de 2009

As minhas leituras

Apesar de adorar livros infantis - afinal são uma ferramenta do meu trabalho. Faz sentido falar de fábulas, contos infantis, lendas e outras narrativas - e irei continuar a fazê-lo.

De Nicholas Sparks, estou a ler agora "Um Homem com sorte"
Durante a maior parte da sua vida, Logan Thibault foi um homem que em tudo se podia considerar comum. Porém, nada de comum havia naquilo que estava prestes a acontecer-lhe. Quando encontra uma fotografia de uma mulher nas areias do deserto do Iraque, Logan Thibault passa, inexplicavelmente, a ser um homem com a sorte do seu lado, que sobrevive a situações de indescritível perigo. A fotografia começa a ser encarada como um talismã e, de regresso aos EUA, Thibault não consegue deixar de pensar na mulher que lhe salvou a vida. Mas, assim que a encontra, o segredo que transporta consigo poderá custar-lhe tudo aquilo que lhe é querido.