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terça-feira, 23 de julho de 2013

"O melhor que um homem pode ter"

É divertido e muito realista. Um retrato dos pais de hoje, mesmo os que dizem que nunca foram ou pensaram assim. Uma historia marcada pelos sentimentos de um homem, que apesar de já ser pai de duas crianças, com uma terceira a caminho, sente que ainda precisa de "dar o salto".

A difícil tarefa de conjugar duas realidades que parecem distantes, mas que estão interligadas de tal forma que lhe será impossível escolher uma em vez da outra.

Michael Adams é um músico londrino que tenta ganhar a vida como compositor de jingles de publicidade. Na casa dos trinta, ainda anda às voltas com as suas angústias existenciais, profissionais e, sobretudo, matrimoniais. 
Michael é apaixonado por Catherine e pelos seus filhos, disso ninguém duvida, o problema é a sensação de falta de espaço que ele sente. E rapidamente, tudo se começa a transformar na sua vida, numa espiral de omissões e mentiras, que o levam a viver uma vida dupla e a estrar numa espiral descendente, quase sem se aperceber disso, tanto na sua vida familiar como profissional.

Michael opta por passar a maior parte do tempo sem fazer rigorosamente nada, ou muito pouco, num apartamento do outro lado do rio Tamisa, longe de casa, onde tem os aparelhos de gravação e composição. Nesse espaço, a sua convivência faz-se com três outros homens solteiros, cada um com a sua deliciosa idiossincrasia.

De vez em quando, quando as saudades dos filhos ou da mulher são mais fortes, regressa ao lar em visitas mais ou menos fugazes, mas as temporadas “no trabalho” são cada vez mais longas e frequentes, enquanto Catherine tem de suportar sozinha todo o trabalho doméstico e de educar e criar as crianças.

Um livro de John O'Farrel, de uma escrita surpreendente, que se lê num fôlego e que é, em certa parte, uma obra particularmente interessante para as mulheres, que descobrem aqui algo mais sobre o universo masculino. Nota 4.

domingo, 14 de julho de 2013

"Uma criança em perigo"

Torey Hayden nasceu em 1951 em Livingston, Montana, nos Estados Unidos. Apesar de ter uma formação académica diversificada, dedicou grande parte da sua vida ao ensino especial e à escrita. Os seus livros, inspirados nas crianças e adultos que conheceu no decurso da sua actividade profissional, são bestsellers traduzidos para cerca de 30 línguas.
Depois de ler o primeiro título desta coleção, não consegui ficar por ali e peguei logo neste outro livro.

Torey Hayden ficou conhecida quando contou a sua história em A Criança Que Não Queria Falar, ao revelar ao mundo o seu trabalho de pedagoga com crianças problemáticas, muitas delas vítimas de abusos físicos e psicológicos. A sua capacidade para exorcizar fantasmas do passado e transformar pesadelos em sonhos é posta à prova perante novos casos de crianças que são deixadas ao seu cuidado. A realidade é que esta professora americana consegue operar milagres, desbloqueando experiências traumáticas, profundamente enraizadas e substituí-las por sentimentos de esperança, amor e confiança.

Neste livro, encontramos uma menina de oito anos que não reage a qualquer estímulo: nunca fala, ri ou chora. Passa o dia aprisionada no seu mundo de sombras, enredada na sua própria teia de problemas. E apesar de toda a preparação anterior da professora nada a fazia antever a terrível revelação que finalmente lhe chegaria. Um livro duro, sério, perturbador.

Nota 5.

"A criança que não queria falar"

O ritmo a que acabo de ler um livro não se compadece com o ritmo a que venho postar sobre esse mesmo livro. Das minhas visitas à biblioteca descobri uma escritora que me agradou particularmente: Torey Hayden.
Torey escreve sobre a sua própria experiência como professora, em particular sobre a sua experiência com as crianças "especiais", que na altura em que esta brilhante mulher começa a trabalhar, eram excluidas em classes onde se juntam várias crianças com disturbios. Em 1980, altura em que o livro foi publicado, a educação seguia de fato outros caminhos que não os que conhecemos agora, mas esta mulher mostra quie estava muito adiante no seu tempo e luta afincadamente pelos direitos destas crianças.

Este seu livro fala-nos da história de Sheila, uma criança de seis anos insociável, violenta, perdida num mundo de raiva e sofrimento. Sheila é condenada a internamento num hospital psiquiátrico por um ato bárbaro que quase tirou a vida de um menino.

Esta é a história verídica e comovente da relação entre uma professora que ensina crianças com dificuldades mentais e emocionais e a sua aluna, Sheila, de seis anos, abandonada por uma mãe adolescente e que até então apenas conheceu um mundo onde foi severamente maltratada e abusada. Relatada pela própria professora, Torey Hayden, é uma história inspiradora, que nos mostra que só uma fé inabalável e um amor sem condições são capazes de chegar ao coração de uma criança aparentemente inacessível. Considerada uma ameaça que nenhum pai nem nenhum professor querem por perto de outras crianças, Sheila dá entrada na sala de Torey, onde ficam as crianças que não se integram noutro lugar. É o princípio de uma relação que irá gerar fortes laços de afecto entre ambas, e o início de uma batalha duramente travada para esta criança desabrochar para uma vida nova de descobertas e alegria.

Nota 5.