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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

"Sôbolos rios que vão"

Depois de ler "Ontem não te vi em Babilónia", terminar este segundo livro de António Lobo Antunes, foi um pouco mais complicado. Se no primeiro ainda mantive a esperança de me orientar neste tipo de escrita, tão diferente daquilo a que estou habituada, neste já não mantive qualquer ilusão.
Não é um livro nada fácil.

É precisa uma boa dose de paciência. Temos de encontrar um fio condutor na história o que neste caso não existe (perdoem-me mas eu não o encontrei) e deixarmo-nos levar pelo enredo. Não me foi possível fazê-lo. Se parasse simplesmente não conseguiria contar aquilo que tinha lido. Confesso que não terminei o livro e que saltei muitas páginas.

Poderei tentar ler este autor mais tarde, quando eu for mais madura, mas agora não consigo entender muito e não vale a pena.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Ler e comentar

Boa noite.
Tenho este blogue para partilhar convosco as minhas leituras. Faço isto porque gosto muito de ler, de interpretar aquilo que leio. O que escolho para ler, tem de fazer sentido para mim.
Gosto de momentos calmos para ler, de sítios sossegados. A leitura é um refúgio e um prazer. Mas não leio só porque sim, ou porque tenho de ler. Às vezes paro um livro durante muito tempo e passo para outro. Ou volto atrás, ou salto páginas. Ler não é uma obrigação, e se fosse, não seria proveitoso. Gosto de livros novos, mas também adoro ir à biblioteca escolher um livro e ter tempo para desfolhar vários antes de escolher quais os que vou levar para casa.
Quando foi a última vez que fui à biblioteca? Talvez no início de agosto (o tempo passa tão depressa) e entretanto já comecei a ler mais três livros que ainda não tive tempo de aqui comentar. A vida corre apressada e não tenho tido tempo de me dedicar uns momentos a este meu cantinho...
Boa noite e boas leituras para vocês. ;)

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

"Sôbolos rios que vão"

Neste momento, ainda ando à roda de "Sôbolos Rios que vão", de António Lobo Antunes. Sim porque não desisto facilmente e, se o primeiro foi difícil, este também não se revelou nada fácil.

Neste livro, a história passa-se entre os últimos dias de Março e Abril de 2007. Após uma operação, o narrador ainda confuso pela anestesia e pelas dores, contando fragmentos das suas memórias e das suas fantasias. Fala-nos da sua família, da terra onde passou a sua infância e dos seus temores com a ideia de morte que toda a situação de doença lhe trouxe. O próprio titulo é uma incógnita.

Desta feita ainda, o livro faz-nos passear pela mente de um homem perturbado. Não sendo fácil desenredar o real do imaginário. Um livro que tem tanto de literário, de romance, como de ficcional. Um texto por vezes puramente criativo, como se o escritor pusesse no papel todas as palavras que lhe surgem na mente, mas se assim fosse, quão arrumada esta mente poderia ser?

Tal como referido na wikipedia, "António Lobo Antunes tornou-se um dos escritores portugueses mais lidos, vendidos e traduzidos em todo o mundo" o que vem valorizar o seu trabalho. No entanto, o escritor ganha uma faceta mais densa e obscura que não é compatível com as suas primeiras obras. "Pouco a pouco, a sua escrita concentrou-se numa temática concreta, adensou-se sem grande eficácia narrativa, ganhou em espessura e perdeu em novidade, compensando isto com recurso ao confronto e ao choque. De um modo impiedoso e obstinado, o autor trata a sua visão distorcida sobre o Portugal do século XX."

Pela curiosidade em saber o que os outros achavam da obra deste escritor, obtive esta descrição que traduz exatamente o que eu senti e as minhas dificuldades na interpretação do texto: a densidade.
"O leitor tem algum esforço de leitura porque, por exemplo, não é raro haver mudanças de narrador e assim o leitor tem tendência a «perder o fio à meada»." Da mesma forma, "ocorre muitas vezes numa descrição ou pensamento do que está a acontecer a um personagem aparecerem sobrepostos tanto o que está "realmente" a acontecer como uma realidade imaginária."

"Ontem não te vi em Babilónia"

Difícil.
É assim que classifico este livro. Não é fácil parar uma página e seguir a leitura depois, porque com a mistura de pensamentos que ali desfilam, quando paramos, perdemos o fio à meada. E tentar desenredar essa meada, então ainda é mais complicado. Percebemos algumas das memórias (o suicídio na árvore, a caravana dos ciganos, a tortura às mãos da PIDE...) os lugares onde algumas ações se passaram, mas é muito complicado ler e entender este livro´.
Ainda não atingi o patamar em que percebo tudo o que leio, ou talvez nem seja mesmo para perceber.
Na escala que fiz é complicado classificar este livro. Não é de todo um livro fraco, acho até que pode ser excelente do ponto de vista literário, mas a sua leitura não é agradável. Por isso nem sei onde o encaixar...
O autor é de renome, mas na verdade, pessoalmente, não me diz muito.
Por isso, a média ganha, nota 2.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

"Ontem não te vi em Babilónia"

Para continuar a ler este livro de António Lobo Antunes, tive de parar um pouco e repensar o que tinha lido até aqui. Depois resolvi procurar alguma sinopse (que no livro em si, não existe) ou comentário sobre a obra deste grande escritor, em particular deste livro em especial. Assim, já comecei a entender um pouco melhor esta história, ou histórias.

"Uma noite ninguém dorme, e durante a meia-noite a as cinco da manhã, as pessoas sonham acordadas no sono: contam e inventam as suas vidas e as suas histórias, ou as histórias em que transformam as suas vidas, ou as vidas que transformaram em histórias. Podem ser vidas cruéis, de medo, de uma cicatriz interior, de algo que talvez fosse o Estado português de outros tempos. Podem ser vidas de amores passados, de lápides varridas, de um desejo de uma vida inteira, de se poder ser feliz sem pensar. Nestas histórias, nestes silêncios destas falas, nos risos e nas traições, vamos identificando a noite de um país, a noite cheia de vozes de todos nós, e a noite silenciosa que é o isolamento de cada um. Como diz o autor - "porque aquilo que escrevo pode ler-se no escuro"

(http://books.google.pt/books/about/Ontem_N%C3%A3o_Te_Vi_Em_Babil%C3%B3nia.html?id=bBwX9RBnDsYC&redir_esc=y)


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

"A prisão do silêncio"

É maravilhosa a forma como consegue descrever temas tão fortes e ao mesmo tempo prender-nos a um livro que nos descreve histórias reais! Apenas mudam os nomes dos personagens por questões deontológicas.
Nos livros anteriores, ela era professora de alunos com deficiências quer mentais que físicas. Tinha uma turma com quem interagia diariamente, tentando criar laços que seriam fundamentais no decurso da evolução da criança. Neste livro, ela está numa clínica e é em contexto de consulta que cria a relação com as crianças. Desta vez, é com um jovem adolescente que Torey tem de trabalhar. Kevin é um jovem de 15 anos, que se "enjaula" a si mesmo entre as pernas da mesa e das cadeiras, escondendo-se assim dos seus próprios medos.
Ao contrário dos vários profissionais pelos quais as crianças passavam, Torey desenvolvia uma relação de amizade com elas e o mesmo tenta fazer com este jovem, trabalhando em cada consulta para que ele confie suficientemente nela.
Ao longo dos anos institucionalizado, o seu passado foi-se perdendo nos processos burocráticos e essa ausência de informação enfurece Torey, uma vez que vai dificultar o seu próprio trabalho.
Ao inicio, as suas sessões com Torey são frustrantes, até que ela começa a adoptar métodos quase ridículos para médicos especializados. Ela lia-lhe livros, cantava canções com ele, anedotas… Coisas normais… Que o fizeram falar com ela, mas para sua frustração, apenas com ela. Fora da sala de onde se realizam as sessões, ele volta a ser o mesmo miúdo, fechado em si mesmo.
Depois de algumas sessões, Kevin, começa a demonstrar várias facetas, algumas delas bastante violentas chegando mesmo a agredir Torey, e outras mais artísticas. Interessa-se por desenhar: e é para o papel que transmite as suas emoções mais profundas, o ódio pelo padrasto, desenhando com uma minuciosidade incrível. Mas, a parte assustadora, é que os seus desenhos mostram actos violentos demasiadamente detalhados. Qual o segredo que Kevin esconde?
Aos poucos, o jovem começa a falar de certas atitudes violentas por parte do padrasto. Fala-lhe da sua irmã mais nova, das suas aventuras com ela (cuja existência Torey chega a duvidar), e da sua morte, provocada pelo padrasto.
Paralelamente ao seu trabalho na clínica, Torey inscreve-se num programa de “Irmãs mais velhas”, ou seja, ser a irmã mais velha em “faz de conta” de crianças que precisam de ajuda, para a sua integração e na criação de valores. Torey fica então "irmã mais velha" de uma miúda de nariz empinado, que mente e inventa histórias para se tentar integrar e valorizar-se a si mesma: uma forma criativa de defesa criada pela menina.
A miúda começa a estar constantemente na sua casa, começa a fazer parte da sua vida. E ela, como “coração mole” que é, não consegue dizer que não. Vai ser interessante ver a evolução da sua relação com esta menina.

O que marca mais:

"Nenhum Deus faria um mundo onde houvesse tantas pessoas que não têm um único ser que as ame. Se o mundo tivesse sido feito segundo um plano, haveria pessoas suficientes para toda a gente ser amada."
"Mal do coração. É como um cancro invisivel. Está no nosso coração. Pode-se senti-lo. Come-nos por dentro. É o que se tem quando não se faz seja o que for para além de nascer. O coração nunca é utilizado. E por isso apanha-se o mal do coração e o coração degrada-se. Muitas vezes, antes de o resto do corpo se degradar. Só que isso não tem importância porque, uma vez morto o coração, também estamos mortos."
Um livro forte, com cenas simplesmente horriveis de violência.


Esta é a sinopse deste livro:
Quando a técnica de educação especial Torey Hayden aceitou ocupar-se do jovem Kevin de 15 anos, encontrou um miúdo a quem o mundo exterior causava pânico e que vivia fechado num mutismo voluntário No entanto aquela era apenas a parte visível de um abismo de sofrimento.

Em todas as instituições por onde passara, consideravam-no um caso perdido e a própria Hayden sentiu-o como um vencido e compreendeu que só por milagre conseguiria ultrapassar os muros que ele construíra à sua volta. Mas Hayden tem um coração maior que o mundo e sentia-se incapaz de desistir dele. Pouco a pouco foi descobrindo uma história chocante de violência e abandono e um terrível segredo que um indiferente processo burocrático tinha simplesmente esquecido.

Mais um grande livro, que merece uma reflexão profunda: vou de certeza voltar a ler esta autora, pois ainda me faltam ler alguns titulos desta coleção. Nota 4.

"Filhos do Abandono"

Torey Haden foi novamente a minha escolha em Julho, uma vez que gostei bastante os primeiros livros dela que li. "Filhos do abandono" fala-nos novamente de casos vivenciados por esta docente, especialista na área da educação especial, principalmente em trabalhar com casos de mutismo seletivo.

Este também não foi um livro fácil de ler, não pela escrita em si, mas pelas emoções que vai despoletando em cada palavra. Torey é tão sincera nas suas palavras que senti mesmo a revolta pelos acontecimentos e pelas situações descritas.

Neste livro, Torey ocupa-se de Cassandra, uma menina que com apenas seis anos foi raptada pelo pai, só regressando a casa da mãe quase dois anos depois. Ninguém sabe o que se passou durante esse período e a criança pouco fala. O seu comportamento leva a que todos suponham que ela possa ter sofrido abusos graves, mesmo abusos sexuais.

Por outro lado, Drake, de quatro anos, é um rapazinho encantador e carismático, mas a sua mudez persiste para além de todos os esforços de Torey. A família acha que ela é a solução para o problema da criança e Torey vê-se pressionada pelo avô do menino. A mãe será a peça chave para resolver o problema desta criança, mas para que isso aconteça, Torey terá primeiro de fazer com que a mãe enfrente os seus próprios medos.

E, embora nunca tenha trabalhado com adultos, Torey vai ainda ocupar-se de uma idosa que, após um AVC, se refugiou num mutismo depressivo.

Da sua forma de escrever, Torey leva-nos ao fundo de cada tema, dos abusos ao autismo, da educação especial tocando ao de leve nos contornos judiciais que podem abranger cada caso. A sua experiência é em cada livro descrita de uma forma clara, que foge à mera descrição de um caso, levando-nos a embrenharmo-nos em cada situação como se de um romance se tratasse.
Nota 5.

Passatempo Dan Brown

Olá!

Este é um passatempo do blog Efeito dos Livros, que, em parceria com a Bertrand e a sua chancela 11x17, apresentam a colecção Gold que brinda os fãs de Dan Brown com uma edição especial dos 5 títulos já publicados e são estes mesmos 5 livros que temos para oferecer, celebrando assim os 3000 fãs na página facebook do Efeito dos Livros.

Para isso, sigam o link abaixo e participem no sorteio! Não percam outros passatempos também!

terça-feira, 23 de julho de 2013

"O melhor que um homem pode ter"

É divertido e muito realista. Um retrato dos pais de hoje, mesmo os que dizem que nunca foram ou pensaram assim. Uma historia marcada pelos sentimentos de um homem, que apesar de já ser pai de duas crianças, com uma terceira a caminho, sente que ainda precisa de "dar o salto".

A difícil tarefa de conjugar duas realidades que parecem distantes, mas que estão interligadas de tal forma que lhe será impossível escolher uma em vez da outra.

Michael Adams é um músico londrino que tenta ganhar a vida como compositor de jingles de publicidade. Na casa dos trinta, ainda anda às voltas com as suas angústias existenciais, profissionais e, sobretudo, matrimoniais. 
Michael é apaixonado por Catherine e pelos seus filhos, disso ninguém duvida, o problema é a sensação de falta de espaço que ele sente. E rapidamente, tudo se começa a transformar na sua vida, numa espiral de omissões e mentiras, que o levam a viver uma vida dupla e a estrar numa espiral descendente, quase sem se aperceber disso, tanto na sua vida familiar como profissional.

Michael opta por passar a maior parte do tempo sem fazer rigorosamente nada, ou muito pouco, num apartamento do outro lado do rio Tamisa, longe de casa, onde tem os aparelhos de gravação e composição. Nesse espaço, a sua convivência faz-se com três outros homens solteiros, cada um com a sua deliciosa idiossincrasia.

De vez em quando, quando as saudades dos filhos ou da mulher são mais fortes, regressa ao lar em visitas mais ou menos fugazes, mas as temporadas “no trabalho” são cada vez mais longas e frequentes, enquanto Catherine tem de suportar sozinha todo o trabalho doméstico e de educar e criar as crianças.

Um livro de John O'Farrel, de uma escrita surpreendente, que se lê num fôlego e que é, em certa parte, uma obra particularmente interessante para as mulheres, que descobrem aqui algo mais sobre o universo masculino. Nota 4.

domingo, 14 de julho de 2013

"Uma criança em perigo"

Torey Hayden nasceu em 1951 em Livingston, Montana, nos Estados Unidos. Apesar de ter uma formação académica diversificada, dedicou grande parte da sua vida ao ensino especial e à escrita. Os seus livros, inspirados nas crianças e adultos que conheceu no decurso da sua actividade profissional, são bestsellers traduzidos para cerca de 30 línguas.
Depois de ler o primeiro título desta coleção, não consegui ficar por ali e peguei logo neste outro livro.

Torey Hayden ficou conhecida quando contou a sua história em A Criança Que Não Queria Falar, ao revelar ao mundo o seu trabalho de pedagoga com crianças problemáticas, muitas delas vítimas de abusos físicos e psicológicos. A sua capacidade para exorcizar fantasmas do passado e transformar pesadelos em sonhos é posta à prova perante novos casos de crianças que são deixadas ao seu cuidado. A realidade é que esta professora americana consegue operar milagres, desbloqueando experiências traumáticas, profundamente enraizadas e substituí-las por sentimentos de esperança, amor e confiança.

Neste livro, encontramos uma menina de oito anos que não reage a qualquer estímulo: nunca fala, ri ou chora. Passa o dia aprisionada no seu mundo de sombras, enredada na sua própria teia de problemas. E apesar de toda a preparação anterior da professora nada a fazia antever a terrível revelação que finalmente lhe chegaria. Um livro duro, sério, perturbador.

Nota 5.

"A criança que não queria falar"

O ritmo a que acabo de ler um livro não se compadece com o ritmo a que venho postar sobre esse mesmo livro. Das minhas visitas à biblioteca descobri uma escritora que me agradou particularmente: Torey Hayden.
Torey escreve sobre a sua própria experiência como professora, em particular sobre a sua experiência com as crianças "especiais", que na altura em que esta brilhante mulher começa a trabalhar, eram excluidas em classes onde se juntam várias crianças com disturbios. Em 1980, altura em que o livro foi publicado, a educação seguia de fato outros caminhos que não os que conhecemos agora, mas esta mulher mostra quie estava muito adiante no seu tempo e luta afincadamente pelos direitos destas crianças.

Este seu livro fala-nos da história de Sheila, uma criança de seis anos insociável, violenta, perdida num mundo de raiva e sofrimento. Sheila é condenada a internamento num hospital psiquiátrico por um ato bárbaro que quase tirou a vida de um menino.

Esta é a história verídica e comovente da relação entre uma professora que ensina crianças com dificuldades mentais e emocionais e a sua aluna, Sheila, de seis anos, abandonada por uma mãe adolescente e que até então apenas conheceu um mundo onde foi severamente maltratada e abusada. Relatada pela própria professora, Torey Hayden, é uma história inspiradora, que nos mostra que só uma fé inabalável e um amor sem condições são capazes de chegar ao coração de uma criança aparentemente inacessível. Considerada uma ameaça que nenhum pai nem nenhum professor querem por perto de outras crianças, Sheila dá entrada na sala de Torey, onde ficam as crianças que não se integram noutro lugar. É o princípio de uma relação que irá gerar fortes laços de afecto entre ambas, e o início de uma batalha duramente travada para esta criança desabrochar para uma vida nova de descobertas e alegria.

Nota 5.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

"A esperança reencontrada"

Um Romance de Andrew Mark. Terminei esta tarde a sua leitura. É um daqueles livros que dá vontade de levar para todo o lado: para a praia, para a cama, para a sala de espera, para o parque... um romance arrebatador.

Ben Minor é um ex-estudante de medicina que decide sair de Nova Iorque e tentar deixar para trás todos os seus problemas. Enquanto se dirige para o hotel onde iria passar uns dias, depara-se com um acidente. Na estrada, na sua frente, uma mulher precisa desesperadamente de ajuda e são as suas ações céleres e os seus francos conhecimentos de medicina que a salvam da morte. O destino, levou-o até Cottage Mills, uma pequena localidade entre o Maine e o Canadá, onde conhece Annie. Ben apaixona-se por Annie, enquanto vai ajudando várias pessoas, respondendo aos seus pedidos de auxílio. As descobertas que faz a partir daí, levam-no a recear pela vida de Annie, pelo que tenta dar a sua ajuda mais uma vez, mas nem tudo corre como seria esperado. Uma farsa ainda está escondida.

Um livro apaixonante, belo, cativante. Uma história de amor entre dois adultos que sabem que a vida não é fácil, nem simples. Não se trata de um conto de fadas, mas de uma história por vezes retratante de desepero, de mágoas rebatidas e de amores não correspondidos.

Nota 5. Existem histórias de amor bem bonitas, não é?

"Uma palavra tua"

Uma história de Elvira Lindo. Galardoado com o Premio Biblioteca Breve 2005, Uma Palavra Tua traz-nos as histórias de vida de Rosário e Milagros, duas mulheres desajustadas, dois percursos existenciais que se cruzam nas ilusões e realidades que dão forma ao medo de não merecerem ser felizes. Uma amizade feita de encontros e desencontros, de solidariedade e de influências mútuas entre duas varredoras de rua madrilenas, duas pessoas comuns, com vidas comuns que escondem uma natureza indomitável, grandiosa.

No geral, achei um bom livro, mas a história não me "encheu as medidas" de forma suficiente. Não conhecia a autora e não me revi, como leitora, na sua forma de escrever, de abordar os temas. Nota 3.

"Romance em Amesterdão"

Um romance de Tiago Rebelo.

Ela vai atrás de uma história de amor que lê num livro, casualmente vai descobrir que as coincidências existem e encontra o autor desse mesmo livro. Mas a sua história em Lisboa estava longe de estar terminada. A sua ida a Amesterdão serviria apenas para pôr a cabeça em ordem, mas não foi isso que na verdade aconteceu.

Quando, subitamente, numa azafamada manhã, numa estação de metro, se voltaram a encontrar. Quinze anos passados, que podiam ter feito ambos esquecer esta paixão. Quando tudo parecia ter sido diluído no tempo, eis que o passado volta a ser vivido no presente. Ele, seguiu o conselho dela, começou a acreditar mais em si e no seu trabalho. Ela criou a sua família, tem uma filha adolescente e um marido trabalhador, mas não se sente feliz. Apesar de negar veementemente essa sua vontade, acaba por ceder aos seus desejos e cai nos braços do seu amor de juventude.

Um livro que nos fala de escolhas, de situações que vão surgindo e das quais as personagens têm de se desenvencilhar escolhendo um dos caminhos. No entanto, o livro torna-se mais fraco pela falta de surpresa, as tentativas de suspense não passam disso e deixaram-me desiludida. Gostei mais do outro romance do mesmo autor "Encontro em Jerusalém".

Para este, nota 3.

"Falsa Identidade"

Um livro de Lisa Scottoline que fui buscar à biblioteca do Seixal no início do mês e que me levou poucos dias a devorar.

O romance fala-nos de uma jovem advogada que se vê confrontada com uma nova cliente, detida no corredor da morte à espera de um julgamento que por si só já parece concluído ainda antes das alegações finais: a arguida está acusada de ter assassinado o seu companheiro, um agente da polícia, envolvido em esquemas duvidosos. Mas ao chegar perto da detida, parece estar a ver-se no espelho: basta um olhar maios atento para começar a encontrar semelhanças entre as duas. E mais: ela tem provas de que é sua irmã gémea.

Um policial intrigante e dramático. Para quem já conhece esta autora, volta a reencontrar Bennie Rosato, a directora de uma firma de advogados que investiga um crime em que a acusada - Alice Connoly - é sua cliente. Suspeita de ter assassinado um detective da polícia diz-se sua irmã gémea, sendo em tudo igual a ela. Estará Bennie a sonhar? Foi criada apenas pela sua mãe e agora a sua cliente fala-lhe do pai de ambas, há muito desaparecido. O perigo e o suspense fazem também parte deste alucinante enredo.

Nota 4. Gostei bastante e quero voltar a esta autora.

terça-feira, 11 de junho de 2013

"Encontro em Jerusalém"

Um livro do escritor e jornalista Tiago Rebelo, onde o romance surge num cenário de guerra. Francisca é fotógrafa, em casamentos e outros eventos, mas decide arriscar tudo e embarca numa viagem a um teatro de guerra, sem saber no que se está a meter e cheia de convicções de que é capaz de ir tão longe quanto a sorte lhe ditar. Um jornalista que faz do perigo a sua vida e que corre atrás da notícia, onde quer que ela o leve.

Os dois testemunham a violência e a tensão crescente entre israelitas e palestinianos, mas a sua persistência procura pela fotografia perfeita que retrate a verdade, levaõs a serem expulsos do país quando uma fotografia faz capa em Portugal.

Entretanta, já estavam paixonados. Não conseguindo ficar quietos continuam atrás de cenários de guerra, atravessando países em guerra, mesmo quando a sua vida é posta, diariamente, em risco.  Viajam juntos para Sarajevo, onde fogem aos disparos dos franco-atiradores, testemunhando o horror de uma guerra que não poupa ninguém, nem mulheres e crianças.

O regresso a Jerusalém acontece mais tarde e uma pequena paragem numa praça, onde Afonso vai comprar cigarros, torna-se no pior dia das suas vidas.
“Encontro em Jerusalém” lê-se em pouco tempo, tem uma escrita fluida e o tema agradou-me. É um livro que trata da nossa história atual, dos conflitos que segui pela televisão e jornais, sem na altura estar a pensar nas pessoas que estavam por detrás dessas máquinas e que nos tentavam fazer chegar a verdade, com o risco das suas próprias vidas. No fim, a mistura de outros casos também mediáticos e não relacionados com a guerra, veio trazer alguma confusão no enredo, mas no fundo é um romance onde quase podemos ver cada página como a história das fotografias destes repórteres. Gostei bastante. Nota 3 e é um escritor para continuar a seguir atentamente.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

"A casa do destino"

Se eu pudesse escolher a história de amor mais bela que li até hoje, seria esta. A história de Rocío, enamorada pelo homem da sua imaginação.

"A casa do destino" é um romance de Susana Prieto e Lea Veléz, que nos arrebata pela sua emocionante história de amor que parece impossível, mas que se vai desvendando real a cada página. Uma história feita de lendas, mistérios e segredos encerrados pelo tempo.

"A Morte, o Destino e o Amor não conseguiam chegar a acordo. Cada um julgava ter mais poder sobre os mortais do que os outros dois. O Destino asseverava que era capaz de qualquer coisa, unir reinos, destruir culturas, provocar guerras e que a Morte e o Amor eram só consequência dos seus atos. O Amor asseverava que era ele quem realmente comandava todas as coisas. (...) A tudo isto a Morte replicou que punha fim a esse amor com o peso da lousa, algo com o que o Destino também não concordava (...).
Pensaranm toda a noite e, quando se reuniram de novo, a Morte disse:
- O marquês de Villanueva tem dois filhos. O primogénito estava destinado a casar-se com a filha do conde de San Adrián, agora noviça no convento de Villanueva. Não é assim?
- Assim é - responderam o Amor e o Destino.
- Pois bem - prosseguiu a Morte -, acabei com o filho do marquês. Neste momento, já não respira e nunca conhecerá a sua noiva, pelo que vos enganei a ambos.
O Amor soltou uma gargalhada.
- Pode ser que tenha morrido... mas o amor é mais forte do que a barreira que acabas de colocar entre eles. A jovem noviça amava-o (...)a jovem está prestes a morrer de desgosto ao receber a notícia da morte do seu amado.
(...)
- Nem tu Morte nem tu Amor, estais acima de mim. (...) mas nunca, ouvis bem, nunca poderão habitar no mesmo mundo mortal ou imortal. Viverão em tempos diferentes (...) e aquilo que poderão partilhar serão os objetos que ficaram para trás, a memória de um amor impossível, vagas recordações do passado. Serão eternamente jovens mas nunca se encontrarão."

E esta foi a aposta de três dos quatro poderes, e dali a quinhentos anos se veria quem tinha razão. Estava-se no ano de 1459.

sábado, 4 de maio de 2013

Cá por casa

 
Fomos à feira do livro e comprei o livro "Quem dá um abraço ao Martim?" para o meu filhote. Ele adorou! E não é para menos a história é uma delícia e as ilustrações estão o máximo!
 



Bons abraços!!!!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

"Três semanas com o meu irmão"

Conhecia já vários livros de Nicholas Sparks, mas este, escrito com o seu irmão, não me tinha ainda chamado a atenção. Engano mau, pensar que por ser diferente, poderia ser menos bom, ou agradar-me menos que a sua restante obra. Neste livro, Nicholas Sparks fala sobre si mesmo, sobre a sua infância e fala-nos daquilo que foi a sua vida e a da sua família e o que o levou a seguir a carreira de escritor.

Adorei a forma como Nicholas fez a descrição da sua vida, da sua infância e da verdade das suas palavras que, como habitualmente, nos emocionam. Um livro que merece ser além de lido saboreado.
Este é o resumo do livro:
 
“Na Primavera de 2002, uma pequena brochura perdida num monte de junk mail veio introduzir uma nota de desafio e de aventura na vida de Nicholas Sparks e do seu irmão, Micah. O convite era, no mínimo, irresistível – uma viagem de três semanas à volta do globo que os levaria a conhecer as «Terras dos Adoradores do Céu». Teria início no Hemisfério Sul e terminaria no Círculo Polar Árctico. Inspirados pela profunda amizade que os une, os dois irmãos concedem a si próprios um tempo de evasão e de descoberta que terá por cenário o exotismo e o mistério de alguns locais mais sagrados e míticos do mundo. Mas este será, sobretudo, um tempo de reencontro e de reconciliação com um passado partilhado que cedo lhes deu a conhecer o tumulto emocional de uma vida familiar simultaneamente feliz e trágica. Ao público é oferecida a rara oportunidade de se sentir mais próximo do autor e de compreender algumas das motivações subjacentes à sua escrita. Livro de memórias e relato de viagem, Três Semanas com o Meu Irmão é, antes de mais, uma peregrinação interior que celebra o amor, a coragem e a fé, e nos exulta a abraçar a Vida com todas as suas incertezas.”

Convido-vos a ler e a desfrutar desta viagem. Uma viagem ao passado, mas também uma passagem pelos lugares mais estarnhos do muno, numa fascinante descrição. Adorei. Nota 5.

domingo, 14 de abril de 2013

"O paciente"

"O Paciente" foi o último livro que li. O autor, Michael Palmer, conta-nos a história da Dra. Jessie Copeland, uma respeitada neurocirurgiã do Centro Médico Eastern Massachusetts, que passa os dias travando batalhas de vida e morte no centro cirúrgico. O seu mais recente trabalho, gira à volta de ARTIE, um mínúsculo robot que promete revolucionar a neurocirurgia, diminuido os riscos e as lesões causadas pela cirurgia convencional. O ARTIE consegue extrair tumores inoperáveis, o que o torna numa empolgante fusão de biomecânica e radiologia. Mas pode ser que se passem meses até que ARTIE esteja pronto para ser usado em seres humanos.O trabalho e a dedicação da Dra. Jessie atraem a atenção de Claude Malloche, um terrorista disposto a tudo, perseguido pelo agente secreto Alex Bishop. Malloche portador de um tumor no cérebro, que pode ser fatal e fará de tudo para se salvar.
Ainda que a cirurgia envolva sérios riscos e não ofereça garantias, é exatamente isso que Malloche exige, fazendo com que a Dra. Jessie se defronte com o caso mais angustiante de sua vida, em uma história repleta de perigo, tensão e violência.
Ao longo do livro, Michael Palmer consegue unir num só romance o seu talento, uma narrativa deveras brilhante e repleta de conhecimento, e uma empolgante história de ficção.

Gostei bastante do livro. Nota 4. E fico com curiosidade de conhecer melhor a sua restante obra.

 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Quem foi Malagrida?

Um pouco atrasado este post, mas estava em falta...

Para entender um pouco mais da história que envolve a narrativa do livro que li no mês passado sobre Lisboa e a história do terramoto de 1755, escolhi alguns sites com informação que me pareceu importante sobre esta figura:

Malagrida, o terramoto e o exílio setubalense:

Contrariando as explicações assentes em causas naturais, que Pombal havia divulgado como justificação para o terramoto de 1755, Malagrida faz publicar o “Juízo da Verdadeira Causa do Terremoto que padeceo a corte de Lisboa no Primeiro de Novembro de 1755”. Aí aponta o castigo de Deus como a verdadeira razão para uma catástrofe cujas culpas “são unicamente os nossos intoleráveis pecados”. A ousadia permitida pelo seu estatuto de taumaturgo e eivada de fervor religioso, valer-lhe o exílio… em Setúbal, decretado por Pombal.
Da sua permanência em Setúbal dá-nos a obra agora publicada várias notas: a fundação de duas Casas de Retiro; lugar para a visita de damas da primeira nobreza que buscavam o conforto espiritual do “Exercícios” de Santo Inácio, frequentemente a troco do patrocínio de obras da Companhia; o lugar de encontro dos que conspiravam contra o ministro Sebastião José.
Sabe-se também que G. Malagrida foi, nesse tempo de exílio, “reitor do colégio jesuíta de Setúbal (actual sede dos serviços administrativos do Instituto Politécnico de Setúbal), sendo responsável pelas obras de reedificação do referido colégio, gravemente atingido pelo terramoto” (A. Chitas, in O Setubalense, 28 de Novembro de 2012).
O atentado de que o monarca viria a ser alvo em 3 de Setembro de 1758 colocaria os jesuítas (e Malagrida) novamente em rota de colisão com o ministro Sebastião José de Carvalho e Melo. É conhecido o sangrento epílogo desta estória: a expulsão ou a prisão dos membros da Companhia de Jesus em Portugal e a execução de um conjunto de nobres de primeira linha, no que ficou conhecido como o processo dos Távoras. De que resultou a afirmação do poder real… e do seu primeiro-ministro.


In.: http://pracadobocage.wordpress.com/2012/12/06/padre-gabriel-malagrida-o-ultimo-condenado-ao-fogo-da-inquisicao/

Livro do Pai

Este foi o livro que escolhi para o Martim oferecer ao papá no dia do Pai. Gostam?

É um livro especial porque pode ser personalizado. Logo na capa, podemos colocar uma foto do pai com a criança, o que torna desde logo o livro em algo muito especial. E a história não se fica por ali - juntos, pai e filho, podem até continuar a escrever a história! Muito bom para estimular momentos especiais a dois.

sábado, 30 de março de 2013

"Jerusalém"

Fui à biblioteca na semana passada e escolhi "Jerusalém" por nenhum motivo em especial. Porque me calhou passar a mão pelo livro e me chamou a atenção a lombada negra. Porque agarrei e vi que tinha recebido um prémio de José Saramago em 2005 e o Prémio Ler/Millenium BCP. Da coleção "O reino" da editora Caminho, "Jerusalém" é um dos "livros negros" de Gonçalo M. Tavares.

Em cada capítulo, Gonçalo Tavares vai-nos apresentando as personagens e pela ordem em que vai contando cada episódio se vai entrelaçando a teia e ficamos a perceber o que aconteceu naquela noite/madrugada e o porquê daqueles acontecimentos. "Ernst e Mylia", "Theodor", "Hanna, Theodor, Mylia".
Mylia tem esquizofrenia. Tem um filho. Theodor é marido de Mylia. É médico. Não é o pai do filho de Mylia. Mylia não está com o filho... já vos parece interessar a história? Os "loucos" que estão com Mylia no Hospital psiquiátrico, são muitos, com um curto papel, mas com a sua importância na trama.

Gostei da história, que é de leitura rápida, mas deveras interessante. Gonçalo tem uma forma de escrever umas vezes subtil, outras extremamente direta, como se ler nos pusesse na frente dos acontecimentos, naquele lugar que nos custa a perceber qual é - e que também não importa, é a descrição dos acontecimentos que tem relevância e não a sua posição geográfica - nem o tempo em que ocorreram.

Nota 4, na minha modesta opinião. E começo já com o próximo.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Atividades para os mais novos

A 23 de abril comemora-se o Dia Mundial do Livro e, por isso, o Ecomuseu Municipal do Seixal convida os mais pequenos para participar, nos dias 17 e 19 de abril, no ateliê Uma história, um livro… um dia divertido!


O ateliê decorre no Núcleo da Mundet e no Moinho de Maré de Corroios e desafia as crianças dos jardins de infância, das escolas dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e outros grupos organizados a criar o seu próprio livro, partindo de duas histórias ilustradas concebidas pelo Serviço Educativo: O Ratinho de Cortiça e Um Perna-Longa no Moinho.

O Ratinho de Cortiça fala de um ratinho mágico e outras personagens que andam à solta na antiga fábrica Mundet, ajudando os participantes a descobrir a cortiça.

Na história de Um Perna-Longa no Moinho, D. Nuno Álvares Pereira, um perna-longa, um moleiro e a sua neta dão a conhecer o Moinho de Maré de Corroios.

As inscrições estão abertas através do telefone 210 976 112 (às segundas-feiras).

domingo, 3 de março de 2013

Sobre o autor: Pedro Almeida Vieira

Sobre Pedro Almeida Vieira fiquei a saber que é um escritor e jornalista português, nascido na cidade de Coimbra em 17 de Novembro de 1969 e que escreveu sobre a história de Portugal e sobre a Igreja Católica. Conheci-o através do último livro que li, onde na densidade de cada página fiquei a conhecer mais um pouco sobre o período que antecedeu o terramoto de 1755 e que destruiu Lisboa.

Depois, a pesquisa levou-me a encontrar mais algumas coisas interessantes sobre este escritor.

Pedro viveu a infância e a juventude no concelho de Anadia, tendo-se licenciado em Engenharia Biofísica na Universidade de Évora em 1993. Para além de ter desenvolvido actividade de investigação na área da biologia e ambiente, em 1995 tornou-se jornalista «free-lancer», colaborando nos jornais Expresso e Diário de Notícias, bem como nas revistas Forum Ambiente, Grande Reportagem e NS. Em 2003 foi-lhe atribuído o Prémio Nacional de Ambiente «Fernando Pereira», pela Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente, pela sua contribuição, como jornalista, para as causas ambientais. Ao longo da sua carreira jornalística, que suspendeu em 2010, recebeu três prémios de jornalismo, por trabalhos publicados no semário Expresso, na Grande Reportagem e revista Ozono, e uma menção honrosa por um artigo publicado na revista GR.
Embora tenha editado um pequeno ensaio em 1997 - «Eco-Grafia do País Real», baseado numa investigação publicada na revista Forum Ambiente - e sido co-autor do livro «Eco-Entrevistas» (um conjunto de entrevistas sobre ambiente a diversas personalidades portuguesas), pode considerar-se que a sua carreira literária se iniciou com «O Estrago da Nação», em 2003, que constitui um retrato socio-ambiental de Portugal. Atemática ambiental seria repetida em 2006, com a publicação do livro «Portugal: O Vermelho e o Negro», sobre a floresta portuguesa e os incêndios florestais.
A sua estreia na ficção surgiu com o romance «Nove Mil Passos» (2004), sobre a construção do Aqueduto das Águas Livres, seguindo-se «O Profeta do Castigo Divino» (2005) - que aborda a vida do jesuíta Gabriel Malagrida e a ascensão política do Marquês de Pombal, com enfoque no período anterior ao terramoto de Lisboa de 1755 -, «A Mão Esquerda de Deus» (2009) - obra finalista do Prémio Literário Casino da Póvoa, que constitui uma reconstrução da heterodoxa vida de Alonso Perez de Saavedra, o suposto falso núncio que criou a Inquisição lusitana, durante o reinado de D. João III de Portugal - e «Corja Maldita» (2010) - um romance que incide sobre o processo de extinção da Companhia de Jesus na segunda metade do século XVIII.
Em Maio de 2011 publicou o primeiro volume de «Crime e Castigo no País dos Brandos Costumes», obra constituída por 30 narrativas sobre crimes em Portugal, geralmente sentenciados com pena de morte, entre os séculos XVI e XIX. O segundo volume será publicado no início de 2012.

Em Novembro do mesmo ano regressou à temática ambiental, publicando o ensaio «Resíduos: Uma Oportunidade», com o apoio da Sociedade Ponto Verde, que teve edição comercial, revista e ilustrada, em Junho de 2012.

Em 2012 foi também o responsável pela edição da obra «O Estudante de Coimbra», publicada em 1840 e 1841 por Guilherme Centazzi, o pioneiro do romance português, tendo realizado a fixação de textos e comentários à obra.

Actualmente, tem em preparação vários projectos literários, tendo já concluído o segundo volume de «Crime e Castigo no País dos Brandos Costumes», com data de edição agendada para Abril de 2013.


Consulta:
http://pedroalmeidavieira.com/?p/335/
http://pedroalmeidavieira.com/?p/785/


"O profeta do castigo divino"

      Este livro fala-nos da história de Gabriel Malagrida e de Portugal nos anos que antecederam o terramoto de Lisboa de 1755. Falam-nos da Igreja Católica no século XVIII e da obscuridade em que se vivia. É um livro que trata da história de Portugal vista de uma outra perspetiva.

Gabriel Malagrida é um jesuíta, natural de Itália. Obsessivo por natureza, teima em evangelizar os que no "novo mundo descoberto viviam em supostas trevas". Depois de muito se instruir, embarca para o Brasil e para o Maranhão. Em Belém do Pará, encontra uma terra nada dada a atos religiosos. Lá encontra a sua vocação: evangelizar e colonizar os índios, - com atos nem sempre "memoráveis"-, para depois ao voltar a Portugal, Lisboa o receber como autor de vários milagres (uns façanhas e embustes, outros apenas coincidências, que num século de tão parca instrução eram atribuídas a atos divinos).

O padre Malagrida é de certa forma descrito por Pedro Almeida Vieira como um misto de iluminado, de escolhido de Deus, militante eclesiástico, visionário, profeta do mal, socialmente excêntrico face aos próprios companheiros jesuítas, missionário obstinado, tão fanaticamente crente na missão divina da sua vida que não hesita em usar estratagemas ardilosos (como o das bolas de cera no mar) para exaltação de uma maior santidade pessoal e divina. Acresce um lado milagreiro, que espanta o próprio Diabo.

Malagrida veio a ser condenado como herege no âmbito do Processo dos Távora.

Ver também:
http://olharoslivros.blogspot.pt/2009/02/o-profecta-do-castigo-divino-pedro.html


O livro foi para mim interessante pela sua contextualização histórica mas a história é um pouco maçuda e muito descritiva pelo que clasifico com nota 2. Foi difícil chegar ao fim, pela densidade da história e da narrativa, embora o tema fosse até interessante e o livro esteja muito bem escrito e com uma grande pesquisa histórica.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

"O Símbolo perdido"

Um pouco atrasada nestas pequenas chamadas sobre o que vou lendo e de como um ou outro livro me agrada mais ou não, escrevo hoje aqui sobre o livro que li em Janeiro e que em abono da verdade, me levou quase todo o mês a terminar.

A história de "O Simbolo perdido" fala-nos, novamente, de Langdon (para quem já leu Dan Brown, esta é a personagem principal das obras do mesmo género). Robert Langdon é desta vez chamado por Peter Solomon, professor seu amigo e de quem guarda um valioso segredo, para dar uma palestra em Washington. Apressado, entra no auditório onde decorreria já a suposta palestar, mas algo de estranho se passa: está vazio, salvo os visitantes habituais do espaço. Afinal quem o trouxe até ali e onde estará Peter Solomon?
Quem o atraiu ali? E com que finalidade?
No centro daquele grande espaço, alguém deixou uma estranha mensagem. Em quem poderá confiar naquela altura, Langdon ainda não sabe. A CIA é envolvida e os segredos mais profundos da Maçonaria começam a ser desvendados por aqueles que não foram iniciados na sua Ordem. Kaherine Solomon, irmã de Peter e pesquisadora de um novo ramo da ciência - a noética - acompanha Langdon enquanto tentam decifrar uma Pirâmide e a mensagem nela escondida.

Um livro que achei muito bom, embora depois de ler outros do mesmo autor, não o ache o melhor. Ouvi algumas criticas em relação ao facto de repetir novamente os mesmos temas e seguir uma estrutura semelhante aos seus outros livros. Não concordo com esta ideia na totalidade, pois pese embora pareça repetir a temática principal da Maçonaria, neste livro o autor desvenda vários dos mistérios que envolvem esta antiga Ordem.

Penso que este foi um bom livro para começar a lista de leitura deste ano. Espero que vos atraia para ler também - não tem de ser este, pode ser outro livro que vos chame mais, mas leiam e não desistam nas primeiras páginas. Às vezes, aprendemos coisas que não sabíamos enquanto lemos, descobrimos novos escritores que nunca tinhamos lido nem de que se fala na escola, ou redescobrimos outros que às páginas tantas, tinhamos deixado esquecidos na prateleira.

Nota 4 para este livro. Que acham?

E vocês, que estão a ler??





terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Balanço 2012

Repetindo o que já fiz no ano que passou, aqui fica o meu balanço deste ano de leituras e de escrita: li mais do que tinha planeado isso é verdade e também escrevi mais. Do meu trabalho de escrita nasceu a minha primeira participação como autora, o que me fez ter mais vontade ainda em continuar. Tive muitos projetos paralelos que nada têm a ver com os livros ou a escrita em si, mas que me deram algumas ferramentas de trabalho, principalmente na organização de ideias.

Em 2012 li 39 livros, o que ultrapassou as minhas expetativas. Isso deveu-se particularmente a alguns dias  em que a unica coisa que podia fazer era mesmo ler, o que contribuiu para este número. Houve um livro que ficou por terminar, mas que não está esquecido - voltarei a ele logo que possa, u que me anime para tal.

Muitos dos livros que li encontrei-os na biblioteca do Seixal e este ano pretendo fazer o mesmo. A biblioteca é um espaço agradável, de uma construção singular e única e é dos poucos seviços que conheço onde as funcionárias são simpáticas e nos atendem calorosamente. Se me sinto bem recebida, volto.

Ainda em Dezembro...

Iniciando hoje um novo ano, um novo capítulo, um novo livro, sinto a necessidade de dar uma lufada de ar fresco a este blogue. Para já afastando as teias de aranha e resumindo o livros que por aqui passaram em 2012. E foram tantos e tão diferentes.
Do fim para o princípio, pois foi desse que ainda não falei, um livro excelente aqui para mim de Sofia Hayat: "Desonrada".
Contada na primeira pessoa, esta é a história de Sofia Hayat, uma menina diferente dos outros pelas suas origens culturais, pela pele mais escura e pelo seu nariz que a faz ser gozada por todos e alvo de bullying nas escolas que frequenta. Em casa, as regras culturais demasiado rígidas, os casos do pai com outras mulheres debaixo do nariz da mãe e uma tentativa de violação a que é sujeita pelo tio que a faz ser castigada por contar e manchar assim o nome e a honra da família, fazem-na começar a auto-mutilar-se afastando assim de si a dor emocional através da dor física intencional que a si mesma tenta provocar. Sofia acaba por despertar para a vida e começa realmente a tentar lutar pela sua felicidade, contra a vontade dos pais e da família e correndo risco de vida. "Desonrada" é uma história marcante, atual e comovente, que retrata ma sociedade em que é agora que as mulheres estão a tentar fazer-se ouvir, como seres de direitos. Sofia é uma dessas mulheres lutadoras, jovem, aclamada por uns e odiada por outros, que passa de uma infância complicada a uma vida de estrela.


Um dos aspetos que me cativou nesta história foi a presença de dois mundos em colisão num mesmo cenário. Enquanto Sofia cresce em Inglaterra, num país livre, a sua cultura tenta obrigá-la a casar muito nova numa união arranjada pelos pais de ambos os futuros noivos, num país totalmente desconhecido para ela, há um outro mundo em contraste, onde se encontram os meios e oportunidades que Sofia podia apreciar nos seus colegas de escola. Este contraste torna-se progressivamente mais evidente para culminar num ponto de ruptura com o passado no momento em que a própria mãe de Sofia contrata um assassino.
Um autobiografia que nos prende ás suas páginas, pelo menos quase até à ascenção na carreira e na vida de Sofia. Nota 4.
Agora falta atualizar a listagem de livros lidos em 2012, para já já começar a próxima lista.