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domingo, 19 de agosto de 2012

"A viagem fantástica"

Para terminar a semana e para desanuviar um pouco, li "A viagem fantástica" um conto de Sheila Burnford.
Luath é um jovem e inteligente cão de caça labrador, Bodger é um velho e cómico Bullterrier e Tao um arrogante gato siamês, que não gosta de cães - excepto os seus dois companheiros, - nem de gatos!
Juntos vão realizar uma fantástica viagem por uma região agreste do Canadá, que se estende a noroeste da vasta e irregular província de Ontário. Destino: regressarem a casa dos seus verdadeiros donos.

Sheila Burnford era uma daquelas senhoras inglesas cujo comportamento calmo e sensato escondia uma natureza aventureira. Nascida em 1918 nas Terras Altas da Escócia, tirou um brevet de piloto ainda jovem. Foi casada com David Burnford, pediatra.
Depois da guerra, atravessaram o Atlântico e estabeleceram-se na vastidão povoada de lagos do Oeste de Ontário. O seu primeiro livro, "Uma viagem fantástica", retrata os seus próprios animais de estimação.
Morreu em 1984.

Nota 3. Uma história simples e interessante.

"Um estranho à espreita"

O mês de Agosto já vai com um recorde de leituras. Mas há sempre espaço para mais uma ótima história.

Ronald Thompson está no corredor da morte. Vai ser executado por um homicídio que nega ter cometido, apesar das testemunhas que o identificaram - entre elas o pequeno Neil, filho da vítima.
Sharon é jornalista e, na sua luta pela abolição da pena de morte, conhece Steve e, mesmo com opinão contrária, os dois apaixonam-se. Mas Sharon tem medo que a relação não resulte e é isso que planeia dizer-lhe naquela noite em que uma série de acontecimentos se sucedem, e a tragédia parece estar novamente sobre as pessoas que Steve ama e sobre a própria cidade. Um enredo emocionante... uma caneca de cacau deixada sobre a mesa... onde está Neil? E Sharon?

Uma história escrita por Mary Higgins Clark. O gosto por este tipo de enredos vem do tempo de miúda, quando começou a escrever. Já publicou sete romances.

Nota 5 para esta história que me fez vir as lágrimas aos olhos em alguns momentos. E que me prendeu da primeira à última linha.

"Inverno de Lobos"

A história decorre no rigoroso inverno nórdico. A Wehrmacht, de Hitler tenta penetrar na Noruega na tentativa de dominar o mundo. Entretanto dois jovens alpinistas ajudam dois fugitivos a esquiarem para a liberdade. Anos depois, a boa ação regressa para perseguir os dois homens. Uma história de traição e de espionagem, suspense até ao fim. Em quem se pode confiar? De que lado estamos?

A autora é Claire Francis. Para escrever "Inverno de lobos" visitou a Noruega quatro vezes num período de dois anos para estudar o país e deu assim uma autenticidade única e magnífica ao seu relato.

Nota 5. Não consegui largar o livro antes de acabar de ler e saber o final. Genial.

"O dom da Vida"

Esta foi uma semana de boas leituras e hoje aproveito para atualizar o meu blogue.
"O dom da vida" de Henry Denker foi um desses livros. Um transplante cardíaco é a única esperança para três pessoas: Jim Campbell, jardineiro paisagista, com mulher e dois filhos; Winston Forrest, sub-secretário de estado cujo filho morreu num ataque ao seu aquartelamento no Líbano e do qual se sente culpado; e Sally Brock, uma mãe muito jovem com uma doença cardíaca que surgiu no pós-parto e que ainda não conhece a sua bebé. Todos eles esperam um milagre. Todos aguardam um coração, compatível e que chegue a tempo. Mas a espera é algo que nem todos conseguem aguentar.

"O dom da vida" foi escrito por Henry Denker, curioso por tudo o que se relacionasse com medicina, interessou-se pela técnica de transplante cardíaco desde os seus primórdios. Foi também autor de "Horowitz e Mrs Washington". Nota 4 pela história maravilhosa.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

"Náná"

De Émile Zola. Escritor francês que viveu no século XIX entre 1840 e 1902. "Com umacapacidade de trabalho espantosa, viria a revelar-se o escalpelizador frio e imparcial das taras da sociedade sua contemporânea." (Notícia bibliográfica sobre o autor)
Escreveu entre outros: "Contos a Ninon" (1834), "Madalena Férat" (1868), "O regabofe" (1871), "A taberna" (1877) e "O dinheiro" (1891).

Náná é a história de uma mulher da vida.
Mulher parisiense, Náná é aclamada por uns e odiada por outros, mas ninguém fica indiferente à sua presença. É apresentada ao mundo do espetáculo no teatro de variedades, cujo dono impele todos a que chamem de bordel, com um  prazer matreiro de quem tem vista para o negócio. O que parece ser um fiasco no dia da estreia, pelas suas parcas qualidades vocais, torna-se um sucesso pelos seus atributos corporais apreciados pelos homens da época e pela sua forte presença em palco.
Aproveita-se dos homens com quem sai para deles fazer riqueza, luxo que esbanja sem pudor, vivendo uma vida de mulher rica com caprichos caríssimos, mas sem dinheiro para pagar a conta ao padeiro. é mãe de uma criança doente e raquítica que deixou aos cuidados de uma tia, mas também a essa Náná deixa que falte o dinheiro, o conforto e o carinho que a presença da mãe poderiam dar. Um livro que mostra a vida vã levada ao limite da existência humana, numa Paris conspurcada.

Nota 4 para este livro.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

"A obra prima de Norman Rockwell"

"A vida é assim.
Os velhos morrem, nascem crianças e os jovens vão para a guerra."

Esta é uma das frases deste livro de Hollins Hodges.
A história começa por descrever cenas da vida de algumas personagens, mas é no encontro de Mary e de Olney que comecei a ficar cativada. Esta é um daqueles livros em que parece que o escritor está a descrever uma imagem da vida quotidiana. Ou várias. E os seus diálogos e pensamentos fazem parte dessa imagem. As razões de tudo podem perder-se para quem está a ler, mas quem já tentou escrever algo parecido saberá que não é tão fácil como Hodges faz parecer. Na realidade, a beleza do livro está na aparente simplicidade, que apenas uma pessoa possuidora de uma cultura incrível e de uma veia artística brilhante seria capaz.
Por estas razões e mais algumas, nota 4 para este livro sobre os quadros de Norman Rockwell. E porque adorei o final e faz-nos bem ler histórias com finais felizes de vez em quando.

domingo, 12 de agosto de 2012

"A árvore do Ouro"

Gabrielle é uma noiva a caminho do altar. Tranquila. Bela. Acena aos tecelões que trabalham para a Maison Roche agradecendo-hes. A seda estava-lhe no sangue, tal como no deles. O caminho acelerado para o altar é interrompido por um acidente. E nem nesse dia a rixa entre duas famílias rivais dá tréguas. O incidente marca muito mais e torna-se no início de um amor muito especial.

Órfã de mãe à nascença, é nela que o pai espelha a revolta pela morte da mulher e é transformando esse sentimento em força que ela vai lutar desde muito nova para singrar na vida, lutando ao lado de homens numa arte e numa profissão vedada às mulheres.
Mas os tempos não são fáceis. Estamos em 1804.
Uma história de amor e de guerra. Relata a luta das tropas de Bonapart nos campos de batalha, os seus avanços e recuos, as perdas e as conquistas. Conta-nos sobre sentimentos tão nobres como sejam a determinação, o respeito e a perseverança.

Um livro lindo. Tal como as árvores nele descritas. Nota 4.

sábado, 11 de agosto de 2012

"Assalto"

Esta é uma das obras de Dick Francis publicada nos livros condensados. Tal como a personagem principal da história, Dick Francis é um afamado joquéi de corridas de obstáculos e é desses anos de campeão que tira inspiração para os seus romances autênticos sobre corridas.
Quando escreveu "Assalto", o autor parece ter-se baseado no seu trabalho como correspondente de corridas para o Sunday Express de Londres para onde foi trabalhar depois de uma queda grave ter interrompido a sua carreira de cavaleiro.

Este foi um dos livros que li esta semana. Estive numa prevenção e passei muitas horas parada no mesmo local, sendo que a leitura foi o escape encontrado para preencher as horas "mortas" - uma oportunidade rara nos dias corridos de hoje. Um livro com nota 4.

"Risco calculado"

Depois de "Anjo da morte" surge na minha lista este livro do mesmo autor.
Em Agosto, temos a biblioteca do Seixal encerrada e foi numa ida rápida em busca de uns livros para este mês que encontrei estes dois títulos de um autor que gosto bastante. E tendo bastante tempo disponível para o fazer, li-o também num ápice. Pena não ter tido tempo para escolher outros.

Este livro fala de um fungo descoberto por acaso numa propriedade de Salem.
Salem é famosa pela caça que ali foi feita a mulheres consideradas bruxas e que, eram perseguidas e mortas. Em pleno século XVII, mais propriamente 1692, uma mulher de nome Elizabeth é condenada à morte por bruxaria e por a acusarem de ter feito um pacto com o diabo. Mas afinal que provas havia desses factos? E que provas e registos terão chegado aos nossos dias? Ronald Stewart era o seu marido e chegara à cidade já a mulher estava presa e prestes a enfrentar a morte. Sem conseguir salvá-la conseguiu porém as provas que conduziram à sua condenação.

Kimberley é descendente de Elizabeth e, ao tentar recuperar a propriedade da família apercebe-se das semelhanças com a sua antepassada e fica curiosa sobre a sua vida. Mas cruza-se com um projeto e com pessoas que têm outras intenções e, a busca de um medicamento poderá levar a uma catástrofe. Um livro sobre sentimentos, sobre relações, mas sobretudo sobre a ganância e, mais uma vez, sobre a ética e sobre limites.

Nota 5 para este escritor e para este livro em particular.

"Anjo da Morte"

Este mês é de grandes leituras.
Comecei por Robin Cook. É um daqueles escritores que me agrada enormemente. Desta vez a ação passa-se num hospital universitário, onde mais uma vez o tema da ética e dos limites médicos é discutido. Nas suas personagens, Robin Cook retrata um dos grandes dilemas da medicina: quem deve ou não beneficiar de uma cirurgia cardíaca? Essa escolha fará do médico, Deus? Quais os seus benefícios para uma pessoa que já tenha outros problemas?
Entretanto, pelo hospital algumas mortes inexplicáveis ocorrem e a estagiária de psiquiatria, Cassi tenta junto com Robert, um colega dos seus tempos de anatomia patológica, relacionar estas mortes entre si tentando chegar a um ponto em comum entre elas. Mas não há explicação possível, segundo parece, e esta procura pode até trazer-lhes muitos dissabores.
Afinal quem é Thomas?
Um livro um pouco perturbador. Nota 5, sem dúvida alguma.

sábado, 4 de agosto de 2012

A importância da dramatização dos contos

A dramatização dos contos de fadas e dos contos tradicionai, feita de forma livre e espontânea, é capaz de desenvolver aspetos como a acriatividade e a imaginação na criança e tornam-na mais comunicativa desenvolvendo, também, a sua socialização. É, através do imaginário e da sua relação com o mundo do maravilhoso que a criança cresce afectivamente, ultrapassando, muitas vezes situações mais traumáticas que possam ter surgido ao longo da sua vida.

Segndo o que Freud afirmava, os processos de transformação do trabalho subjacente ao conto, são análogos aos do trabalho do sonho: dramatização, deslocamento, dissociação e representação por símbolos.
Também Carl Jung referia que os contos são um material discreto para as projeções necessárias a uma individualização correcta. Igualmente Gaston Bachelard considerou o maravilhoso como a matéria prima da imaginação: “é como a grelha mais rigorosa para a análise do real ao aperceber-se que a razão científica recorta as sua verdades na ordem dos sonhos e da consciência poética.”

O conto é um espaço de mediação entre o consciente e o inconsciente, entre o eu e o mundo.
A afirmação de L. Pereira é igualmente elucidativa: “o conto maravilhoso... respeita a interacção entre o homem e o cósmico para a formação de imagens, tendo em conta a homologia do psíquico, do cósmico, do social e do biológico, organizadas numa significação integrada. O conto ajuda o docente a encontrar o núcleo gerador da interdisciplinariedade. A sua compreensão leva-o à descoberta dos segredos da pedagogia: à motivação do espaço interdisciplinar."

“O conto é um universalismo que denota a persistência de qualquer coisa de primordial, de irrefreado e de comum à totalidade dos homens.” (José Gomes Ferreira). Muito antes, já Teófilo Braga fazia a apologia do conto, no entanto as pretensões pedagógicas desnaturaram-no e ele perdeu a sua poesia espontânea, a sua singeleza popular e a sua beleza tradicional. A função ancestral do conto é por o vulgo a sonhar. A civilização destruiu muita dessa função.

A mensagem do conto de fadas é determinante na educação das crianças, mas também dos jovens. Essa mensagem, porventura a mais importante, é a de que a luta contra as dificuldades da vida é inevitável, mas se o homem se empenhar, com coragem e determinação, acabará por sair vencedor de todos os obstáculos. Desta maneira a mensagem não é moral, mas somente a de encarar a vida com confiança, com possibilidade de vencer de vencer as dificuldades que a todos se colocam. “A nossa herança cultural encontra expressão nos contos de fadas e através deles é comunicado às crianças.” (Bruno Betteheim).


(adaptado de: A Expressão e Educação Musical e Dramática no 1.º ciclo do Ensino Básico, in: Capacidadelógica)